“Você já viu um cego andando pelas ruas de Palmas?” A indagação é de Mônica Ferreira da Costa, mãe de Carolinne Costa dos Santos, jovem de 28 anos, com deficiência visual e intelectual. Carol, como é carinhosamente chamada, é uma das assistidas pela Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) para que seus direitos sejam efetivados.
Por conta de uma pré-eclâmpsia, Carol nasceu prematura e com uma retinopatia. “Com dois anos de idade, já percebemos que ela tinha dificuldades visuais. Ela aproximava muito os objetos para poder enxergar; nessa idade, ela teve que usar óculos com 9 graus”, recorda Mônica.
A mãe também relata que foi nessa idade que começaram a identificar dificuldades no desenvolvimento motor e intelectual da filha. Mesmo com obstáculos, Carol conseguiu concluir o ensino médio, mas, com o tempo, as dificuldades foram aumentando, e a mãe teve que recorrer à Defensoria Pública.
“Nossa primeira demanda na Defensoria foi por conta das medicações que a Carol precisava e que não eram disponibilizadas pelo SUS. Apesar de não serem muito caras, elas eram numerosas. Às vezes, ela tomava oito remédios, alguns em dose duplicada, e isso, ao final do mês, pesava no orçamento.”
Hoje, a jovem não precisa mais das medicações, mas a luta segue pela oferta de uma série de terapias, como fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional e equoterapia, que são essenciais para seu desenvolvimento físico e intelectual que não estão sendo disponibilizados pela saúde Estadual.
Quando questionada sobre a falta das terapias, Carol expressou o seu sentimento: “eu gostaria de ser tratada com carinho, respeito e amor, só”.
Defesa presente!
Nessa busca pelos seus direitos, Mônica e Carol contam com o atendimento da Defensoria Pública por meio da Central de Atendimento à Saúde (CAS) de Palmas.
Para ela, é gratificante ver o empenho da Defensoria Pública nos judiciais em andamento. “Eu tive um processo que foi negado pela prefeitura e, depois disso, nunca mais voltei para saber. Mas, quando estive com o defensor Arthur, ele me mostrou que o processo continua ativo e que ele está acompanhando. Isso me surpreendeu. Saber que, mesmo que não estejamos aqui todos os dias, temos uma pessoa que luta por nós e por nossos filhos é muito importante”, relatou Mônica Costa.
Responsável pela Cas, o defensor público Arthur Luiz Pádua Marques reforçou que ficar inerte diante de situações como essa não é uma opção. “As pessoas com deficiência, quando ficam desassistidas, sem medicações e terapias, perdem a chance de avançar e ter uma melhor qualidade de vida. E nós não podemos ficar inertes diante desses casos. Por isso, nosso trabalho aqui na Defensoria não para.”
//Série Especial//
Esse conteúdo integra uma série especial produzida pela Assessoria de Comunicação da DPE-TO em parceria com a Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão (Cpai) da Instituição.
As reportagens da série foram produzidas em alusão ao Dia Nacional de Luta da Pessoa Portadora de Deficiência, celebrado anualmente a cada 21 de setembro, e mostram a história de assistidas e assistidos com deficiência que contam com a atuação da Defensoria Pública na garantia de seus direitos.
Leia também
Na busca dos direitos da filha, Thaise Feitosa afirma que tem a DPE-TO como sua segunda casa: https://www.defensoria.to.def.br/noticia/na-busca-dos-direitos-da-filha-thaise-feitosa-diz-que-tem-a-dpe-to-como-sua-segunda-casa
Francisca Janaína e o apoio da DPE-TO na concretização do sonho da educação inclusiva para a filha: https://www.defensoria.to.def.br/noticia/francisca-janaina-lembra-o-apoio-da-dpe-to-na-concretizacao-do-sonho-de-uma-educacao-inclusiva