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Comunicação Não-Violenta é abordada em capacitação da DPE-TO para conselheiros tutelares

Publicado em 16/02/2023 16:10
Autor(a): Marcus Mesquita / Comunicação DPE-TO
Capacitação online possibilita que conselheiros tutelares de todo o estado participe - Foto: Rafael Batista/Comunicação DPE-TO

“Precisamos tomar consciência da violência da nossa cultura, dos nossos pensamentos, das nossas palavras e ações para que possamos desconstruir velhos hábitos e condicionamentos”. Este foi um dos apontamentos propostos no 9º módulo da Capacitação Inicial dos Conselheiros Tutelares do Tocantins da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), que foi ministrado pelo doutor em Linguística da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Pablo Picasso Feliciano Faria a partir da palestra “Comunicação Não-Violenta na atuação do Conselho Tutelar”.

Realizada nesta quinta-feira, 16, com transmissão, ao vivo, no canal oficial da DPE-TO no Youtube, a aula foi direcionada a conselheiras e conselheiros tutelares de diversas regiões tocantinenses. Diretora-geral da Escola Superior da Defensoria Pública (Esdep), a defensora pública Téssia Gomes Carneiro fez a abertura oficial do módulo e enfatizou a importância de cada um deles no crescimento de cada participante.

“Os temas que envolvem o Conselho Tutelar são muito caros à Defensoria Pública; e com a comunicação não-violenta não seria diferente, tanto que consideramos este como um dos ápices de todo o nosso curso que, a cada módulo, nos proporciona crescermos mais e nos humanizarmos mais na defesa das causas das crianças e dos adolescentes do Tocantins”, afirmou Téssia Gomes.

Diálogo empático e humanizado

Sobre a temática proposta, Pablo Faria explicou que Comunicação Não-Violenta (CNV) é um convite a uma nova forma de estar no mundo através de um conjunto de princípios e técnicas que contribuem para os nossos esforços em conseguir mudanças internas, em pessoas em desarmonia comportamental e em ambientes de trocas sociais

“Uma forma de definir violência, na perspectiva da CNV, resumidamente, é observar se as necessidades de qualquer pessoa são sacrificadas, violadas ou desconsideradas. Caso sejam, isto é violência; haja intenção ou não no contexto, pois são vários os nuances a serem averiguados”, ressaltou o Palestrante, que, posteriormente, enfatizou o valor do diálogo empático e humanizado na promoção de reais impactos positivos na vida das crianças, adolescentes e das famílias com quem os conselheiros tutelares virão a lidar.

Comunicar e observar sem julgar

Mediador da palestra neste 9º módulo, o presidente da Associação Claves Brasil, Alexandre Carlos Gonçalves destacou que saber como adequadamente se comunicar é fundamental para a melhor atuação dos conselheiros tutelares que, normalmente, agem sob a influência de um tripé complicador: tensão, pressão e ambiente de conflitos.

“O Conselho não é um órgão que zela pelo indivíduo em si, ele tutela o direito deste. Isto significa que diante de uma notificação a primeira tarefa dele é averiguar a veracidade da denúncia, ouvir as pessoas envolvidas, principalmente a criança ou o adolescente com o direito violado, e quase sempre isto é feito em um ambiente de pressão, na busca por uma resposta rápida, porque muitas vezes é preciso agir em situações emergenciais ou urgentes. [...] Neste contexto complicador, deve ser exercitado o aspecto da comunicação e da observação sem julgar, fazendo, minimamente, uma averiguação dos casos de maneira mais imparcial e mais eficaz”, disse Alexandre Gonçalves, da Claves Brasil.

A Capacitação

A Capacitação Inicial dos Conselheiros Tutelares do Tocantins é uma iniciativa da DPE-TO por meio da Esdep e do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e Adolescentes (Nudeca) em parceria com a Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e Ministério da Mulher da Família, e dos Direitos Humanos.

Com foco na promoção da qualificação dos conselheiros tutelares (titulares e suplentes) que atuam nos municípios tocantinenses, beneficiando, assim, indiretamente, as crianças e os adolescentes que vivem em condições de violação de direitos em todas as regiões do Estado, a Capacitação visa, ainda, fornecer instrumentos técnicos aos participantes, que poderão compartilhar experiências e, assim, buscar soluções eficientes na efetivação do trabalho.

Ao todo, o curso conta com 20 módulos, que ocorrerão de forma online, até 14 de junho de 2023, totalizando uma carga horária de 48 horas. A programação completa da Capacitação pode ser conferida clicando aqui, enquanto as inscrições podem ser realizadas clicando aqui.

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