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Combate ao racismo com conhecimento em rodas de conversa nas escolas

Publicado em 22/11/2019 08:15
Autor(a): Cinthia Abreu
Combate ao racismo com conhecimento em rodas de conversa nas escolas - Foto: Divulgação

Racismo, discriminação, igualdade social, a inclusão do negro na sociedade e cultura afro-brasileira são alguns dos temas abordados na série de rodas de conversa sobre consciência negra para estudantes de Ensino Fundamental e Médio de escolas públicas da Capital e interior do Estado, promovida até o final do mês pelo Núcleo Especializado de Defesa dos Direitos Humanos, da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO).

Nesta quinta-feira, 21, foram beneficiados estudantes do 3º ano do Colégio Estadual Dom Alano Marie Du Noday, em Palmas, e dos 7º, 8º e 9º anos da Escola Estadual de Tempo Integral Dom Pedro II, em Porto Nacional, município a 63 km da Capital. No município portuense, as atividades foram repassadas pela analista jurídica do NDDH, Liz Marina Régis, e pelo assessor do Núcleo Pedro Gasparetto.

No Colégio Estadual Dom Alano, em Palmas, a ação da DPE-TO contou com a parceria do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Cepir), com palestra da presidente do Conselho, Edilma Barros de Souza, e do advogado e ativista do movimento negro Cristian Ribas. Segundo a presidente do Cepir, o objetivo é promover a conscientização de questões ligadas ao combate do racismo, por meio de dinâmicas de reflexão com os estudantes, exposição de vídeos temáticos e conversa sobre contexto histórico do povo negro. “Abordar a temática de respeito ao outro faz com que as crianças compreendam e repliquem os ensinamentos transmitidos para eles”, afirmou Edilma.

De acordo com a coordenadora em substituição do NDDH, a defensora pública Arlete Kellen Dias Munis, as rodas de conversa buscam levar conhecimento como forma de combate ao racismo, com atividades educacionais e de integração dentre os alunos que estimulem atitudes mais inclusivas e o respeito às diferenças. “É muito importante que eles reconheçam, no próprio dia a dia, situações discriminatórias, bem como a incorporação de narrativas que tragam os negros como protagonistas”, declarou a defensora pública.

Os estudantes prestaram atenção a cada aprendizado, absorvendo o conhecimento como arma de combate ao racismo e preconceito. "A gente às vezes percebe no nosso dia a dia, até mesmo na escola e na rua, atitudes que muitas vezes soam inocentes, mas na verdade esconde um racismo muito forte, o que é muito ruim. As palavras ou atitudes que tratam de preconceito machucam e muitos de nós não sabemos como enfrentar, passando a sentir vergonha da cor, do seu cabelo e até mesmo da nossa história”, disse uma das estudantes do Colégio Dom Alano, na Capital.

A coordenadora pedagógica do Colégio Dom Alano, Silma Rosa, afirmou que a roda de conversa da DPE-TO é muito importante para reafirmar uma prática constante da unidade escolar, de incluir a luta contra o racismo e preconceito nas atividades diárias dos estudantes. “Nós precisamos ter a escola além dos muros, contando com o apoio de outras instituições, como já acontece com a Defensoria Pública. Trazer para nós mais ações que instigam a reflexão sobre a consciência negra reafirma uma prática constante da formação do nosso alunado, pois é uma temática que está presente no nosso dia a dia, sejam nos textos de sala de aula, nas fotografias, exposições de artes plásticas e ensinamento do nosso cotidiano”, concluiu a coordenadora pedagógica.


Projeto

As rodas de conversa tiveram início no dia 8 de novembro e seguem até o final do mês como parte do projeto “Defensores da Cidadania”. A próxima atividade acontecerá na Escola Municipal Anne Frank (22/11) e Escola Estadual São José (25/11). 

Nas rodas de conversas nas escolas, o NDDH distribui aos participantes a Cartilha de Igualdade Racial e Direitos Humanos, que é disponibilizada, gratuitamente, na página do Núcleo no site da Defensoria Pública.


Consciência Negra

A comemoração em 20 de novembro se refere à morte de Zumbi dos Palmares, o último líder do "Quilombo dos Palmares", maior dos quilombos do período colonial. Oficializado pela Lei 12.519 de 2011, o 20 de novembro, no entanto, já era reivindicado há mais de 30 anos por ativistas do movimento negro. O Dia da Consciência Negra é um feriado facultativo e cabe a estados e municípios escolher ou não ser feriado de fato.



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