Medicamentos vencidos, já para descarte, foram encontrados, assim como identificada a falta de profissionais de neurocirurgia, o que tem atrasado procedimentos, mantendo pacientes internados mais tempo que o necessário.
A Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) realizou, nessa terça-feira, 2, vistoria técnica no Hospital Geral de Palmas (HGP) para avaliar, entre outros pontos, as condições de estrutura, abastecimento de medicamentos e atendimento aos pacientes. A vistoria foi realizada pela Central de Saúde de Palmas (CAS) da Defensoria Pública e Núcleo Especializado de Defesa da Saúde (Nusa) nos setores do Hospital, incluindo o Pronto Atendimento Infantil, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Farmácias, Hemodinâmica, Centro Cirúrgico e o espaço de repouso dos servidores.
Durante a ação, o responsável pela Central de Saúde de Palmas, defensor público Arthur Luiz Pádua Marques, levantou informações sobre o abastecimento de medicamentos e insumos, disponibilidade de profissionais, número de leitos e outros pontos essenciais para o funcionamento adequado do hospital.
Para Arthur Pádua, essas vistorias são fundamentais para a garantia do direito das pessoas à saúde e a defesa dos mais vulneráveis, uma função constitucional da Defensoria Pública como promotora dos Direitos Humanos.
“Tivemos uma série de informações. Às vezes, a cirurgia é suspensa por falta de material. Na angioplastia, constatamos uma fila preocupante. Apesar de o setor estar funcionando, falta um material, por exemplo, e isso atrasa procedimentos de urgência”, disse o Defensor Público.
Na Pediatria, a avaliação do Defensor Público é que a condição do atendimento precisa de melhorias urgentes, já que houve relatos dos profissionais de que há falta de medicamentos, além da superlotação, com atendimento no corredor.
Em uma das farmácias do HGP, havia medicamentos vencidos que, por esse motivo, não podem ser utilizados: “Constatamos uma série de antibióticos vencidos. Isso ocorre, muitas vezes, por falta de gestão. Agora, com o relatório, precisamos entender o que está acontecendo. Quem coleta essas medicações, para onde vão e por que isso se repete”, completou o Defensor Público.
Durante a vistoria, também foi relatada a falta de profissionais de neurocirurgia, o que tem atrasado procedimentos, mantendo pacientes internados mais tempo que o necessário. Sobre isso, o Nusa já havia se manifestado, no dia 27 de novembro último, nos autos de Ação Civil Publica, requerendo que o Estado tome providências para a regularização do setor.
Nas vistorias, a Defensoria Pública avalia questões como superlotação, a acomodação de pacientes em corredores ou locais inadequados, conferência do estoque e do abastecimento de materiais essenciais, as condições de higiene, conservação do prédio, e se equipamentos e leitos estão funcionando, além da qualidade, humanização e agilidade dos serviços prestados.
O Relatório da ação será produzido para subsidiar nova atuação.