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Uma trajetória inspiradora: de estagiário na DPE em Gurupi a defensor público em Manaus

Publicado em 18/05/2020 20:44
Autor(a): Cinthia Abreu/ Comunicação DPE-TO
Hoje defensor público, Nilson Gomes iniciou carreira como estagiário na DPE em Gurupi - Foto: Arquivo pessoal/Divulgação




Nascido em Contagem (MG), Nilson Gomes Oliveira Meireles hoje tem a honra de ser defensor público do Estado do Amazonas, cargo este que tomou posse em 2013.  A história dele com a instituição “Defensoria Pública” começou antes disso, e não foi em Minas, nem no Amazonas: mas em Gurupi, na região Sul do Tocantins, onde foi estagiário.

"Me sinto realizado profissionalmente.  Agradeço a Deus por tudo o me permitiu fazer e viver", disse o Defensor Público, afirmando que exerce a profissão com muito amor e atenção ao personagem mais importante da Defensoria Pública: o assistido.

A trajetória de Nilson para chegar a essa profissão foi bastante árdua, mas vitoriosa: "Meus pais me ensinaram os bons princípios, que regem minha vida, os quais tornaram possível minha realização profissional", conta o Defensor Público.

E o Tocantins? E as lembranças na Defensoria em Gurupi?

Antes disso, é preciso contar sobre a opção de Nilson pelo curso de Direito. Por influência da esposa, Solange Braz da Costa, aos 25 anos de idade, ele iniciou o curso de Direito, no Centro Universitário Unirg, em Gurupi. Era em agosto de 2007...Paralelamente aos estudos, Nilson trabalhava como professor de música na cidade, o que causava nele a indecisão sobre o futuro profissional. "Durante os três primeiros semestres do curso, fui relutante em prosseguir nos estudos acadêmico. A formação jurídica não era bem o que eu queria naquele momento. Eu desejava, sim, aprofundar minha técnica e conhecimento musicais", destaca.

A certeza e a paixão do curso não foram despertadas no primeiro período do mundo acadêmico, mas no segundo período, em 2008, as circunstâncias o aproximaram na área jurídica como cidadão; ele chegou a ser convocado para mais de 15 sessões do Tribunal do Júri, em Gurupi, tendo sido sorteado mais de dez vezes para compor o Conselho de Sentença. Foi aí que se aproximou da área para qual estudava e conheceu bem de perto a Defensoria Pública.

"Fiquei encantado pelo trabalho da acusação e da defesa, principalmente pela defesa, que na quase totalidade das vezes, era desempenhada pelo brilhantíssimo defensor público Neuton Jardim dos Santos, então titular do Júri. Eu achava o máximo os embates calorosos, embora respeitosos, entre o Dr. Neuton e o promotor de justiça do Júri, o Dr. Vinícius de Oliveira e Silva", recorda sobre os tempos de estudante de Direito e cidadão convocado como jurado, sem sequer imaginar - naquela época - que, no futuro, seria ele um defensor público.

Segundo Nilson, foi justamente os embates do júri e as explanações de legislação penal e processual penal que lhe despertaram o interesse e a certeza pela carreira jurídica.

Em 2010, enquanto cursava o sexto período, Nilson conseguiu uma vaga como estagiário da Defensoria Pública em Gurupi, após ser aprovado no processo seletivo. "Foi uma fase de excelente aprendizado. Todos eram dedicados a prestar o melhor serviço possível ao assistido, portanto, orientavam muito bem seus colaboradores, para que a melhor assistência jurídica integral e gratuita fosse entregue a quem dela muito necessita, o assistido", conta o Defensor Público.

Segundo ele, a experiência como estagiário foi uma fase de angariar muito conhecimento prático e de consolidação de alguns aspectos teóricos aprendidos na faculdade. "O próprio atendimento ao assistido era muito prazeroso. Isso fazia com que eu adorasse estagiar e estar ali", ressalta.

E foi ali, com a experiência e a dedicação dos membros e servidores da DPE-TO em Gurupi que Nilson teve a certeza do sonho de ser Defensor Público. Tanto que, mesmo que com a atuação em outros órgãos e funções jurídicas após a finalização do estágio na instituição, estudava com entusiasmo e foco no objetivo de se tornar defensor público. "Eu não hesitava mais, queria realmente ser defensor público, estudava freneticamente as matérias do concurso, de segunda a sexta-feira, até de madrugada, finais de semana, feriados, férias. Tudo isso porque meu tempo 'normal' era pouco (por causa do trabalho e da faculdade)", conta.

A sua primeira tentativa foi o concurso no Tocantins. "Eu desejava a aprovação principalmente na DPE-TO porque era o Estado onde morava e onde reside a maior parte dos meus familiares e amigos. Porém, não deu certo. Por outro lado, fui aprovado e fiquei numa boa colocação [11ª] na prova objetiva da DPE no Amazonas", explica.

Na segunda fase da prova para defensor público de Manaus, a experiência como estagiário da Defensoria Pública foram, para ele, de extrema relevância, possibilitando que fosse, enfim, nomeado. 

Hoje, Nilson indica aos estudantes de Direito que estagiem na Defensoria Pública: "Com todo o respeito aos demais órgãos jurídicos, sem dúvidas, o maior e melhor laboratório para o aprendizado prático jurídico que existe. É o local onde está o conflito social e, portanto, a aplicação do direito para sua solução se apresenta da forma mais variada. Muito obrigado à Defensoria Pública do Estado do Tocantins."



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