edit Editar esse Conteúdo

Profissionalização para as reeducandas da Unidade Prisional Feminina com “Linha e Arte: Um Recomeço”

Publicado em 22/08/2016 15:41
Autor(a): Rose Dayanne Santana
Profissionalização para as reeducandas da Unidade Prisional Feminina com “Linha e Arte: Um Recomeço” - Foto: Autor não informado

“Linha e Arte: Um Recomeço” é o nome do projeto inaugurado nesta segunda-feira, 22, na Unidade Prisional Feminina (UPF) de Palmas, resultado de um Acordo de Cooperação Técnica firmado em fevereiro deste ano entre a DPE-TO – Defensoria Pública do Estado do Tocantins, Governo do Estado, por meio da Seciju - Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju),  e a Ação Social Arquidiocesana de Palmas.


De acordo com a diretora da UPF, Maria Maione, o projeto tem como objetivo capacitar e profissionalizar as reeducandas, por meio da oferta permanente de oficinas de corte e costura, a serem desenvolvidas na Unidade. Maione destacou ainda que o projeto começou com uma ideia trazida pela defensora pública Maurina Jácome e a assistente social da DPE-TO na época, Simone Martins, e imediatamente foi encampada pela Unidade e pela Seciju.


Segundo ela, inicialmente, 35 mulheres serão capacitadas por meio de oficinas de corte e costura profissional, em especial peças de roupa íntima. O trabalho ocorrerá num espaço físico da Unidade, onde foram realizadas  adequações e reparos para funcionar as oficinas, já aparelhado com insumos e equipamentos para a produção. “A previsão é que daqui há um mês, após a capacitação, elas já iniciem o trabalho”, explicou.


Ao destacar os esforços de todos os parceiros envolvidos, a defensora pública Maurina Jácome ressaltou a importância do trabalho para as pessoas privadas liberdade, em especial as mulheres. “Não adianta só o Estado trabalhar, é preciso que nós façamos juntos, Estado, a sociedade, Poder Judiciário, Defensoria e Ministério público. Todo preso quer trabalhar, só não trabalhar porque não tem oportunidade, e essa aqui é uma iniciativa muito importante. Quem sair daqui sabendo um ofício, sai com uma sementinha. E exemplos como esse já deram certo em outras Unidades fora do Estado, como em Blumenau, onde funcionam fábricas dentro do próprio estabelecimento prisional. E o empresariado pode ver isso como uma oportunidade, tendo em vista que existe até uma redução dos encargos sociais que está na LEP. Fizemos uma pesquisa para identificar quem eram as nossas presas em Palmas, e elas têm entre 25 a 35 anos, e o principal crime é o tráfico. E por quê o tráfico? Por causa de dinheiro, por querem ter uma renda para sustentar a família e as vezes é só isso que aparecem para elas. O trabalho é o básico, oferecer uma oportunidade para elas é plantar uma sementinha para o futuro”.


A reeducanda Lisione Silva Cruz falou das expectativas para o Projeto. “Quero que o período que estou passando aqui sirva de aprendizado lá fora. Sei que temos dias difíceis, mas quando sair daqui quero levar só as coisas boas que aprendi”, afirma.


Presente na inauguração do Projeto, a secretária da Seciju, Gleidy Braga, também destacou a importância do trabalho. “O trabalho é uma das forças para garantir a dignidade da pessoa humana. Como secretária o que  me move  hoje é saber que o trabalho conjunto e coletivo pode fazer sim a diferença no sistema penitenciário, pode dar certo. É só colocar o coração, é só acreditar no ser humano, é só acreditar que ele é capaz de transformar e ajudar a desenvolver o estado. Eu acredito em vocês, mas primeiro vocês precisam acreditar também. Acreditem em vocês e  olhem para esta oficina como uma oportunidade mesmo para aprender uma profissão e quando sair daqui, porque nós queremos que vocês saiam o mais rápido possível, ajudem a desenvolver o nosso Estado”.

A solenidade de inauguração contou também com a presença do arcebispo Dom Pedro Brito, da representante do Conselho da Comunidade Sibelle Biazotto,  e da Associação Social da Arquidiocese de Palmas, diácono Amilson Rodrigues, além de agentes penitenciários, parceiros e reenducandas. 

Projeto

O projeto é coordenado pela Diretoria de Políticas e Projetos de Educação para o Sistema Prisional da Seciju, e, após a formalização, as mulheres presas participantes do projeto serão estimuladas a se tornarem multiplicadoras do conhecimento e das técnicas adquiridas para as demais colegas privadas de liberdade, disseminando uma opção viável de profissionalização e de obtenção de renda por via lícita. Durante esse momento de preparação, as mulheres participarão de palestras estimuladoras que contemplem temas como: relações interpessoais, corporativismo e empreendedorismo. O curso de costura profissional tem previsão para começar no início de setembro.(Com informações da Seciju)


keyboard_arrow_up