Especialista em saúde mental, a psicóloga Ruth do Prado Cabral ministrou hoje, 29, a palestra “Saúde Mental dos Pais de Pessoas com Deficiência: Cuidando do Cuidador.” Uma iniciativa da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), por meio da Escola Superior da Defensoria Pública (Esdep), em conjunto a Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão (Cpai), a Coordenação de Gestão de Pessoas e o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Palmas (Compede).
Na palestra, realizada no formato virtual, Ruth Prado apontou algumas possibilidades para melhorar a saúde mental dos cuidadores, como apoio psicológico e psicoterapêutico, integração com a rede comunitária, entre elas a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes), e o incentivo ao autocuidado e a saúde, pela prática das atividades físicas de maneira regular.
Somadas a isso, Ruth Cabral ainda abordou a necessidade de políticas públicas de suporte como auxílios financeiros, direito a pausas no trabalho e inclusão dos cuidadores em serviços de saúde mental, levando sempre em consideração a particularidade de cada família.
“Claro que atenção a esses fatores devem ser observados de maneira individualizada, pois cada família e cada cuidador vai ter seu contextos, rotina e limitações que por vezes serão financeiras”, lembrou a psicóloga.
O Diretor da Esdep, defensor público Murilo da Costa Machado, ressaltou a importância de se debater o tema e compartilhou um pouco da sua experiência enquanto pai de uma criança com deficiência.
“Nós temos o Estatuto da Pessoa com Deficiência que prevê essa garantia de atenção para famílias, mas na maioria das vezes essa atenção e cuidado é negligenciada. Como pai de uma criança com deficiência eu entendo as cobranças que essas famílias sofrem e com certeza isso traz uma carga emocional muito grande para essas pessoas. É difícil dizer que nós nos preparamos para isso, mas é necessário pensar sobre o tema e estar disposto a ouvir e aprender com os especialistas para estarmos bem e cuidarmos dos nossos”, frisou Murilo Machado.
Mediadora do debate, a presidente do Compede, Mônica Costa, que é mãe solo de três pessoas com deficiência, também relatou um pouco da sua experiência.
“Acredito que a parte mais difícil é encontrar um tempo, pois há uma diferença entre o ideal e o real. Muitas de nós não temos suporte, somos abandonadas pelos companheiros, amigos e até familiares, então não temos tempo para nos cuidar, para atividades físicas, por exemplo”, relatou Mônica Costa.