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Nudem apoia posicionamento de Coletiva de Defensoras Públicas sobre violência de gênero

Publicado em 19/09/2020 19:05
Autor(a): Comunicação DPE-TO
Nudem apoia posicionamento de Coletiva de Defensoras Públicas sobre violência de gênero - Foto: Autor não informado


O Núcleo Especializado em Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem) da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) apoia a nota emitida pela Coletiva Mulheres Defensoras Públicas do Brasil sobre violência de gênero direcionada à defensora pública Paula Sant’Anna Machado de Souza, do Estado de São Paulo, e a deputadas estaduais paulistas, durante e audiência virtual da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência Sexual contra Estudantes do Ensino Superior.  

"(...), as ofensas lançadas, numa tentativa repugnante de desencorajar a participação de mulheres em espaços de poder, buscam silenciar e constranger milhares daquelas que estão, diuturnamente, reescrevendo a historia da participação feminina na política.", consta em um dos trechos da nota que pode ser conferida a seguir e também em anexo.


Nota, na integra:
Veja o documento clicando aqui.


COLETIVA MULHERES DEFENSORAS PÚBLICAS DO BRASIL
NOTA SOBRE VIOLÊNCIA DE GÊNERO DIRECIONADA À DEFENSORA PÚBLICA E DEPUTADAS ESTADUAIS


Durante a realização de audiência virtual da CPI da Violência Sexual contra Estudantes do Ensino Superior, na data de 17 de setembro de 2020, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, transmitida via youtube, através de mensagens no chat do canal, internautas passaram a proferir ofensas de cunho misógino, direcionadas à Defensora Pública do Estado de São Paulo, Paula Sant’Anna Machado de Souza, Coordenadora do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres e membra desta Coletiva, durante sua participação no evento, e que também foram direcionadas às Deputadas Estaduais que conduziam a sessão. 

Situações como esta não são isoladas, e encontram-se enraizadas em nossa sociedade, marcada pelo machismo estrutural. As ofensas, de cunho sexual e produzidas em meios virtuais, demonstram como o machismo é capaz de se renovar impondo às mulheres novos obstáculos no ambiente de trabalho. 

Tais atitudes estão profundamente impregnadas em nossa cultura, que por séculos esteve dominada por homens, que marginalizavam a participação de mulheres em espaços públicos de poder, traçando de maneira estereotipada que estes não seriam lugares adequados à participação de mulheres.

Evidente a violência política de gênero com o fito de constranger as mulheres reunidas naquele espaço virtual e também as incontáveis outras que elas representam. Os ataques a essa representação política das mulheres têm como propósito manter a hegemonia patriarcal, para além do constrangimento e óbices aos trabalhos daquela sessão, que tratava justamente da violência sexual direcionada às mulheres. Por meio da intimidação, da violência política, visam recolocar as mulheres em posição de inferioridade na nossa sociedade, apartadas das disputas públicas inerentes ao debate democrático e da construção do projeto republicano. 

Neste contexto, as ofensas lançadas, numa tentativa repugnante de desencorajar a participação de mulheres em espaços de poder, buscam silenciar e constranger milhares daquelas que estão, diuturnamente, reescrevendo a historia da participação feminina na política. 

Felizmente, a complacência e a minoração com violências de gênero como essa, não é mais uma opção, sendo necessárias providências para prevenir e evitar que agressões como essas voltem a acontecer. 

Neste sentido, a ColetivA Mulheres Defensoras Públicas do Brasil, repudia, veementemente, essa atitude, vem se solidarizar com a Defensora Pública Paula Sant’Anna Machado de Souza e com todas as mulheres que estiveram presentes na audiência pública, e espera providências necessárias das autoridades competentes.



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