Em um dia marcado por brincadeiras, gincanas, música e muita diversão, crianças e adolescentes de casas de acolhimento de Palmas, Porto Nacional e Paraíso do Tocantins compartilharam momentos de carinho e afeto. Trata-se de mais uma edição do projeto “Transforme uma Vida: Apadrinhe uma Criança”, promovido pelo Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Nudeca) da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO).
Realizada no sábado último, 26, a 8ª edição do Projeto contou, mais uma vez, com a parceria do Lar Batista F.F. Soren e participação de mais cinco casas de acolhimento: Sementinhas do Amor (Palmas), Raio de Sol (Palmas), Casa Acolhida (Palmas), Tia Messias (Porto Nacional) e Luz do Sol (Paraíso do Tocantins).
O evento, que ocorre anualmente em alusão ao Dia das Crianças, visa proporcionar às crianças e adolescentes em situação de acolhimento momentos de afeto e atenção.
Segundo a coordenadora do Nudeca, defensora pública Elisa Maria Pinto de Souza Falcão Queiroz, uma iniciativa da Defensoria Pública que se mantém numa atuação integrada com a sociedade. “Tudo o que conseguimos hoje vem por meio de doações. Arrecadamos valores que são revertidos em kits de higiene para todas as casas de acolhimento do estado. Este ano, foram 105 kits distribuídos ao longo do mês de outubro. Nosso objetivo é fomentar um programa de apadrinhamento, mais efetivo no aspecto afetivo do que financeiro. Queremos que as crianças e adolescentes se sintam integrados à sociedade, como preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente”, destacou a Defensora Pública que contou com o suporte da analista jurídica Márcia Neves Gonçalves Ayer e da assessora técnica Rebeca Gaspar Lourenço, ambas do Nudeca.
Representantes das casas de acolhimento expressaram gratidão e ressaltam a importância do evento
A coordenadora do Lar Batista, Judite Sousa, elogiou o aumento de padrinhos presentes este ano e reforçou a importância do envolvimento de todos. “Mais pessoas podem fazer parte, não só hoje, mas ao longo de todo o ano, mantendo o apadrinhamento e visitando essas crianças que precisam tanto de carinho.”
Do projeto Sementinhas de Amor, a irmã Dulce, destacou o dia como um momento de renovação. “É um dia de encontrar as equipes dos acolhimentos, trocar ideias, alimentar oportunidades, criar novas esperanças, expectativas de coisas melhores, mas também é um dia para as crianças perceberem outras histórias de outras crianças, encontrarem outros que também vivem histórias parecidas. E um que está mais fortalecido, poder ajudar o outro”.
A coordenadora da Casa de Acolhimento Tia Messias, Samara Pereira Alves, disse que o evento atendeu a expectativa das crianças. “Eles já sabem que outubro é o mês desse encontro. É um projeto muito bonito que quem puder apoiar, as crianças agradecem, a instituição agradece”.
Para a coordenadora da Casa Acolhida, Joanete Barbosa, esse também é um momento significativo para os adolescentes. “Eles se envolvem nas brincadeiras e entendem que não estão sozinhos. Para nós, é uma forma de concretizar o que a Constituição diz sobre o dever de proteger e promover a segurança e o bem-estar dos adolescentes”, explicou.
A psicóloga da Casa de Acolhimento Luz do Sol, Iule Landinho, falou sobre o impacto emocional positivo que a atividade proporciona. “É um momento esperado, que fortalece vínculos e promove a socialização. As crianças e adolescentes se identificam com as histórias de outros e desenvolvem empatia, o que certamente contribui para a saúde mental deles”, afirmou.
A coordenadora da Casa de Abrigo Raio de Sol, Maeli Novaes, ressaltou que, embora o evento seja destinado às crianças, quem mais se beneficia são os voluntários. “Esse dia nos lembra do quanto a atenção e o amor são fundamentais. Quem realmente sai abençoado desse encontro somos nós, os voluntários”.
Entre todas as coordenadoras de casas de acolhimentos, existia um sentimento em comum, de gratidão por aquele momento e o desejo de que fosse dessa forma durante todo o ano, e não somente naquele dia.
Doar tempo e amor
Voluntária do Lar Batista, Lígia Dadalto comentou que cuidar e ajudar crianças é algo tradicional em sua família. “Eu conheci o Lar Batista através de um amigo, e foi amor à primeira vista. Participar e brincar com as crianças é uma experiência transformadora, elas nos recebem com tanto afeto que é impossível não se apaixonar. Eu me sinto preenchida. Às vezes você quer doar, mas não tem dinheiro, então sugiro: vem aqui brincar, estar com eles, que é o que eles precisam. Você vai fazer toda a diferença, com certeza”, explicou a voluntária que juntamente com o esposo prestigiava o Transforme uma Vida: Apadrinhe uma Criança.