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Emoção, surpresas e cinema marcaram a comemoração das Mães na cadeia de Babaçulândia

Publicado em 13/05/2013 11:47
Autor(a): Autor não informado
Emoção, surpresas e cinema marcaram a comemoração das Mães na cadeia de Babaçulândia - Foto: Keliane Vale

A ausência como mãe no cotidiano da família é mais uma sentença que cumprem as mulheres presas. Dentro das cadeias a vida passa em ritmo diferente, e muito do que acontece na rotina da maioria das mulheres ficam bem distante das reeducandas. Para diminuir as diferenças e como forma de reinserção, o Núcleo de Defesa dos Direitos da Mulher – Nudem, da Defensoria Pública do Tocantins, realiza em algumas unidades prisionais femininas a Sessão de Cinema e Pipoca.

Uma sessão em homenagem ao Dia das Mães exibiu o filme “Um Caminho Para Recomeçar” na Cadeia de Babaçulândia nesta sexta-feira, 10. O filme levou à reflexão sobre o valor da família, do diálogo, buscando trazer à tona naquelas mulheres a esperança de poder reconstruir vínculos familiares que possam ter sido perdidos.

A assistente social da Defensoria Pública em Araguaína, Geovanisia Rodrigues, conversou com as presas sobre a leitura que elas fizeram do filme. “Elas demonstraram entender a importância de desfazer rompimentos, ter humildade para consertar erros do passado e que sempre há a oportunidade de recomeçar”, ressaltou.

A maior surpresa foi quando algumas mães receberam cartas dos filhos. Segundo a pedagoga Gislene Santos Moreira, houve um grande esforço para incentivar os familiares a escreverem. “Há uma desintegração aparente nessas famílias, por isso buscamos através das cartas despertar a afetividade em quem escreveu, e nelas que receberam. Essas mulheres se sentiram lembradas, especiais e únicas, mesmo não estando presentes nos seus lares”, disse.

As cartas também puderam fortalecer os vínculos familiares. Uma das mães, condenada a 11 anos e 6 meses por tentativa de homicídio, recebeu carta da filha de oito anos. “Nesse tipo de data, Dia das Mães, aniversário, ela sofre mais. A gente era muito ligada, era eu e ela”, lembra. 

 

Autora: Keliane Vale

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