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Emoção marca roda de conversa da Defensoria Pública em unidade prisional feminina de Palmas

Publicado em 18/12/2019 15:49
Autor(a): Cinthia Abreu
Emoção marca roda de conversa da Defensoria Pública em unidade prisional feminina de Palmas - Foto: Cinthia Abreu

O que você diria para uma mulher que está presa? O questionamento foi a base para uma dinâmica oferecida especialmente para as mulheres encarceradas na Unidade Prisional Feminina de Palmas (UPF), em roda de conversa promovida pelo Núcleo Aplicado de Defesa das Minorias (Nadep), da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), na sexta-feira, 13. Cerca de 10 reeducandas participaram da atividade.

Em uma dinâmica regada de muita emoção, as mulheres presas leram bilhetinhos recebidos pela comunidade, por pessoas anônimas. A atividade foi mediada pela psicóloga Dhieine Caminski, que também liderou um bate-papo, onde cada mulher presa comentava sobre como se sentia com as mensagens recebidas e também um pouco da sua história de vida antes e durante o cárcere.

De acordo com a psicóloga, o objetivo foi o de fortalecer a saúde mental das mulheres em situação de privação de liberdade. As mulheres abriram a mente e o coração para relatar casos de abandono familiar, culpa, revolta, indignação, medo da sociedade e rejeição, dentre outros assuntos. “Não basta ter força e coragem, é preciso ter fé e paciência e eu sei que para vocês isso é muito difícil. Mas eu espero que esse momento possa ter sido importante para que vocês possam refletir e te incentivarem a seguir na luta por um futuro melhor e romper todos os desafios e preconceitos”, declarou a psicóloga.

A partir dos bilhetes da comunidade, as mulheres receberam mensagens voltadas para temas como superação, busca por melhorias, autoestima e realização de sonhos. “É muito difícil viver com medo de encarar a sociedade lá fora, tem horas que a gente não sabe se é pior viver aqui, ou ter de voltar para fora e ter de estas mensagens me deu mais força e vontade de lutar, saio dessa roda de conversa com mais fé e esperança no futuro”, disse uma das mulheres.

De acordo com a defensora pública Napociani Póvoa, coordenadora do Nadep, o objetivo é promover ações que incentivem a reintegração social de mulheres em cumprimento de viver com tanto preconceito e falta de oportunidade. Mas ter acesso a

pena. A ação recebeu o título de “A quem escutamos? Refletindo sobre liberdade e saúde mental” e contou com a parceria da Secretaria de Cidadania e Justiça (Seciju) e do Lacuna Espaço Psicanalítico. “Buscamos mediar situações de conflitos, preconceitos, sofrimento sociopolítico e mental diante da privação de liberdade, com vistas à promoção da saúde mental das mulheres em situação de privação de liberdade”, definiu a defensora pública.


Kits de higiene

Para a execução da metodologia que a psicóloga utilizou durante a atividade, foram feitas ações de sensibilização social no Centro Acadêmico Ceulp Ulbra, de 21 de novembro a 5 de dezembro. Durante as ações, foram coletados relatos e recados através de caixa de opinião anônima e, além disso, foram arrecadados itens de higiene, livros, cadernos e canetas, os quais foram doados às mulheres recolhidas na UPF/Palmas.

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