Palestra fez parte da programação do Webinário: “Defensoria Pública no combate ao racismo" que segue até a próxima sexta-feira, 28
Marginalização e desigualdade social na esfera criminal esteve em discussão na noite dessa segunda-feira, 24, durante o Webinário: “Defensoria Pública no combate ao racismo. O debate aconteceu durante a palestra Direito de Defesa e a atuação da Defensoria no Tribunal do Júri”, com o coordenador do Núcleo do Tribunal do Júri (Nujuri) da Defensoria Pública do Estado do Tocantins, defensor público Elson Stecca.
Na ocasião, o Defensor Público falou sobre o perfil mais comum nas unidades prisionais – o chamado preto, pobre e prostituta. “A desigualdade social existe sim. Quando a pessoa é rica, a denúncia é analisada, mas o pobre é tratado de forma extremamente diferenciada, abandonado pela sociedade”, declarou. De acordo com Elson Stecca, essa parcela da população é marginalizada e sofre racismo até mesmo no campo criminal.
O coordenador do Nujuri instigou o debate aos participantes da webconferência com o objetivo de aproximar os estudantes da atividade defensorial no que tange à atuação do Defensor Público da área criminal na defesa do acusado. Na ocasião, o palestrante defendeu o estudo e a técnica no Tribunal do Júri. “É importante sim se aprofundar nos estudos, mas se você tiver muito conhecimento sem técnica, não vai ser o suficiente”, declarou.
Após a palestra, foi aberto espaço para perguntas dos participantes. A mediação foi feita pela defensora pública Maria do Carmo Cota. A diretora-geral da Escola Superior da Defensoria Pública, defensora pública Téssia Gomes Carneiro, ainda aproveitou a ocasião para ler trecho do poema “Da Configuração dos Versos”, da escritora negra Conceição Evaristo. “E não há mais/ quem morda a nossa língua/ o nosso verbo solto/ conjugou antes/ o tempo de todas as dores.” Também acompanhou a palestra a coordenadora do curso de Direito da Faculdade Católica, Alana Carlech.
Webinário
O evento segue até sexta-feira, 28, e é organizado pela Escola Superior da Defensoria Pública (Esdep) e Superintendência de Defensores Públicos (Sudef) com o apoio dos Núcleos Especializados, Equipe Multidisciplinar, instituições de ensino superior no Tocantins, Fundação de Atendimento Socioeducativo de Pernambuco e comunidades quilombolas.