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Comunidade Mumbuca recebe atendimento do Projeto Defensoria Quilombola

Publicado em 12/09/2013 16:51
Autor(a): Autor não informado
Defensores explicam a comunidade sobre o projeto - Foto: Alessandra Bacelar

A comunidade conhecida pelo artesanato em capim dourado, nem de perto tem o brilho que as peças possuem. Sobram problemas, faltam soluções, os benefícios chegam pela metade, e os contrastes são comuns.

Na única escola do povoado existem computadores, acesso à internet, mas na maioria das casas, ainda de adobe e palha, o banheiro não é uma realidade. Há alguns anos, segundo os moradores, veio uma empresa para construir um para cada casa, eles foram erguidos, as fossas abertas, mas o trabalho não foi concluído, e o benefício ficou só na promessa.

A equipe do Projeto Defensoria Quilombola, representantes do INSS, Ruraltins, Secretaria Estadual de Defesa Social e Sebrae estiveram na localidade onde ouviram relatos de descasos e omissões.

Na visita feita ao morador Diolino Bispo da Silva, 88 anos, nascido e criado no Mumbuca, ele relatou os problemas enfrentados. Contou que sofre de depressão e médicos só se for à cidade. A água consumida vem de um córrego. Ainda lúcido do alto da idade, relembrou os tempos de criança e das dificuldades, e ainda desabafou que pouca coisa mudou com o passar dos anos.

Na reunião, as denúncias foram muitas: estradas em péssimas condições, de terra com buracos e muita areia onde os carros têm dificuldades de trafegar. A Escola só oferece até o 9° ano do Ensino Fundamental, para cursar o Ensino Médio é preciso sair da comunidade. A saúde foi outro ponto negativo. Não existe uma regularidade no atendimento do agente de saúde, e ainda segundo os moradores, médico é uma raridade. Também foi levantada a dificuldade por ser Unidade de Conservação, pois além de não ter compensação das terras, os moradores não podem plantar e com isso desenvolver uma atividade agrícola.

O projeto Defensoria Quilombola vai à comunidade com os parceiros para propiciar aos moradores momentos de informação sobre os direitos, deveres e acima de tudo conhecer a realidade de todos e buscar junto ao poder público as resoluções dos problemas.

O gerente executivo do INSS, Silvano Coelho Lira, lembrou que existem vários benefícios que a comunidade pode ter acesso. Acenou com a possibilidade de atendimentos locais para os casos mais simples e fazer agendamentos nos casos que se julgarem necessários. Disse que na região de Mateiros, São Félix e Ponte Alta são 1.588 benefícios – entre aposentadoria, pensão, auxílio doença, salário maternidade, e benefício assistencial ao idoso e deficiente.

Silvino de Paula Pinto, do Ruraltins de Ponte Alta, se colocou à disposição para fornecer atendimento aos moradores para a execução de atividades da agricultura familiar.

O assessor dos afrodescendentes da Secretaria de Defesa Social, André Luiz Gomes Silva, abordou a necessidade do fortalecimento e união das famílias, e ainda a estruturação das associações como forma de organização e facilidade para resolver problemas e conseguir benefícios, e colocou a Secretaria à disposição para resolver e acolher as demandas das comunidades quilombolas.

O analista do Sebrae, Vilson Nascimento, parabenizou a comunidade por estar mais organizada, pelo trabalho feito com o artesanato em capim dourado que gera renda para as famílias. Alertou que é preciso a capacitação e qualificação, e necessidade de buscar a diversidade das peças para atingir um mercado maior.

Os Defensores Públicos explicaram sobre o projeto, surgido para atender a população quilombola que, na maioria dos casos, vive em área de difícil acesso, esquecida, sem atendimento regular básico e constantemente ameaçada pela perda da terra onde vivem. Esclareceu o papel da Defensoria Pública, de defender a parcela da população mais necessitada, as áreas de atuação, e como é o trabalho desenvolvido, através de cobranças aos órgãos públicos para resolver as demandas.

 Autora: Alessandra Bacelar

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