Um segundo poço artesiano deve entrar em operação até o final deste mês de setembro e vai atender, principalmente, o Setor Aeroporto, bairro que mais sofre com a falta de água em Bom Jesus do Tocantins. Essa foi a principal deliberação da Audiência Pública realizada na manhã desta sexta-feira, 12, na Câmara de Vereadores do Município. A reunião foi realizada pela Defensoria Pública, após solicitação dos moradores da cidade. Atualmente o local é atendido por um trator e caminhão pipa.
Os defensores públicos Felipe Lopes Barboza Cury e Teresa de Maria Bonfim Nunes conduziram a Audiência, e repassaram que na próxima segunda-feira, 15, será enviado ofício à Saneatins solicitando informações sobre o prazo para a conclusão das obras de implantação do poço. Segundo o Defensor Público, caso não seja sanado o problema os representantes do órgão vão se reunir com a Prefeitura de Bom Jesus e se for necessário serão tomadas providências cabíveis na esfera jurídica.
“A Saneatins nos garantiu que até o final deste mês será ativado o segundo poço que deverá ser interligado à Estação de Tratamento de Água; de lá a água será distribuída para o Setor Aeroporto. Temos tentado 24 por dia sanar esse problema”, disse o secretário de Obras e Desenvolvimento Urbano, Arivaldo Lopes de Lima.
Já o vice-prefeito e atual secretário de Administração de Bom Jesus, Pedro Machado, afirmou que o Município também aguarda, para depois do período eleitoral, a liberação de um recurso federal no valor de R$ 256 mil, para obras de instalação de mais um poço artesiano e 2705 metros de redes de abastecimento de água, em ligações domiciliares e colocação de hidrômetros. Segundo Machado, o projeto foi aprovado na Funasa - Fundação Nacional de Saúde, já houve licitação para escolha da empresa responsável pelos serviços e o recurso já está empenhado. “Após o início, a empresa tem um prazo de 120 dias para entregar obras”, explicou.
Clamor popular
Entre a população que sofre com a falta de água o clima é de insatisfação. A comerciante Jane Cristina considera desumana a situação das famílias. “As pessoas não têm condições de vida. É inaceitável em pleno século XXI as pessoas ainda terem que pegara água em garrafinhas, algumas ficam até 20 dias sema água”, informou.
O jardineiro Manoel Ricardo afirma que há 12 anos escuta que o problema da água no município será resolvido, mas nada de concreto é feito. “Quando procuramos a Defensória Pública e o Ministério Público damos um grito de socorro. Queremos pagar pela água, não queremos nada de graça”.
Já o missionário Alessandro Barbosa da Silva, que recentemente se vestiu de palhaço na cavalgada da cidade para protestar, alertou para as dificuldades enfrentadas pelas crianças quem vão à escola e dormem sem tomar banho. O morador também disse que o poder público municipal pode contar com a comunidade para tentar resolver o problema.
Decisão judicial
A juíza Luciana Costa Aglantzakis estipulou ao Município de Bom Jesus do Tocantins o prazo de um ano para a regularização do abastecimento de água, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00. A ação foi proposta pelo Ministério Público Estadual.
Texto: Fred Alves - Jornal e Site Centro Norte