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Antônio Clementino: autêntico e dono do título de “ícone” da Defensoria Pública no Tocantins

Publicado em 30/11/2021 15:04
Autor(a): Cléo Oliveira / Comunicação DPE-TO
Antonio Clementino, o dr. Clementino, leva suas boas histórias sobre a Defensoria para onde for - Foto: Marcelo Les / Comunicação DPE-TO

“Desafiei prefeitos, vereadores, delegados... Em todo lugar eu 'botei a pesada' quando necessário!”, diz o defensor público aposentado Clementino Antonio Clementino Siqueira e Silva ao rememorar sua história (cheia de boas histórias) na Defensoria Pública. De seus 80 anos de idade – completados em novembro de 2021 – 17 foram vividos com a Instituição em uma atuação pautada na defesa dos direitos das pessoas assistidas e sempre com o “jeito dr. Clementino” de ser, agir e de se fazer presente!


“Eu sou assim mesmo. Eu sou autêntico, sou perfeccionista, tenho personalidade fortíssima e comigo é ’08 ou 80’, diz dr. Clementino, ao telefone. WhatsApp? Não usa muito. E quando usa, são mensagens por áudio, o que deixa ainda mais evidente que são as conversas “faladas” as que lhe inspiram. “Não é por acaso que me chamam de ícone da Defensoria Pública”, diz, dando um tom enfático à palavra “ícone”. E ele diz mais: “O mundo é dual e as pessoas precisam ter posição e saber quem são elas”.


Sim, seria possível escrever sobre Antonio Clementino apenas usando suas frases ora de impacto, ora reflexivas, mas sempre muito suas! Algo como aforismos que compartilham a experiência e a personalidade de uma pessoa que nasceu em família pobre, se graduou em Direito já aos 41 anos e encontrou seu propósito sendo defensor público. Mesmo fora da Instituição profissionalmente, a Defensoria continua “nele”. Perceber a sinceridade disso sempre que ele se refere à Instituição pode ser motivador a todos e todas que buscam se encontrar em algo que realmente gostem de fazer.


Além de defensor público e ser reconhecido publicamente por isso, Antônio Clementino, o dr. Clementino, gosta de dividir seus momentos e histórias na Defensoria Pública: os tempos em que ele o defensor público Marcos Mussolini (hoje também aposentado) faziam júri Tocantins afora; os casos e acasos enquanto diretor da Regional da Defensoria Pública em Tocantinópolis; sobre as muitas vezes em que ele usou sua perspicácia para mostrar a importância da Defensoria Pública frente a situações que poderiam, equivocadamente, diminuir a Instituição.


“Uma vez, numa audiência, um juiz me destratou e se eu não me calasse, ele iria chamar o delegado. Eu disse ‘Olha, meu rapaz’ [chamei ele de rapaz mesmo!], pode chamar o delegado! Você precisa estudar mais para entender que eu estou em uma audiência judicial na plenitude da defesa do meu constituinte”, conta, acrescentando, ao final da história, em um tom orgulhoso: “Eu sou audacioso!”


Outra passagem a ser classificada como “muito dr. Clementino” é sobre episódio ocorrido no Tocantins na década de 90. “Recebíamos o que um promotor em Paraíso pagava de aluguel. Cheguei na audiência no meu Alfa Romeo velho e ouvi de um militar no Fórum: “ chegando o defensorzinho”. Não falei nada. Passei e o grupo nem me deu ‘bom dia’. Fiquei observando e quando chegou o promotor, em um Astra, quase arrebentaram o coturno no chão de tanto bater continência para cumprimentá-lo. Fiquei quieto. Mas depois da audiência, fui ao comandante, relatei o ocorrido e disse que juiz, promotor e defensor deveriam ter o mesmo tratamento. Não fiz por mim, mas pela Defensoria Pública.”.


Nossa gente
Antonio Clementino ingressou na Defensoria Pública em 15 de agosto de 1994 e permaneceu na Instituição até 2011. Atuou em 16 comarcas e de 1997 até o ano de sua aposentadoria, trabalhou no município de Tocantinópolis. Também foi presidente da Associação das Defensoras e Defensores Públicos do Tocantins (Adpeto) de 1996 a 1997. Conhece 19 capitais brasileiras, cidades em que esteve a trabalho como defensor público e, antes disso, como advogado e também corretor de imóveis.


Natural de São Francisco do Maranhão (MA), fala com muita saudade da infância e diz que mesmo com os poucos recursos financeiros que tinham, ele escolheria em uma nova vida – se lhe fosse dada essa opção – ter os mesmos pais e os mesmos irmãos.


Clementino vive atualmente em Araguaína, de onde não deixa de acompanhar a atuação da Defensoria Pública. Se lhe fosse dada outra opção em uma suposta nova vida, como ele mesmo imaginou, certamente também escolheria, de novo, ser defensor público.




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