Cerca de 30 pessoas estiveram presentes no primeiro dia de atividades do Curso Básico de Língua Brasileira de Sinais (Libras), que teve início nesta segunda-feira, 7, no auditório da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO). Esta é a primeira etapa da capacitação que inclui atividades até a próxima sexta-feira, 10. Estiveram presentes membras(os), servidoras(es) dos Núcleos Regionais de Araguaína, Araguatins, Dianópolis, Colinas, Guaraí, Gurupi, Palmas, Paraíso do Tocantins e Porto Nacional.
A DPE-TO possui em sua estrutura profissional fluente em Libras a fim de fornecer apoio técnico especializado para a prestação dos atendimentos fornecidos pelas Diretorias Regionais e Núcleos Especializados. O objetivo do curso, portanto, é ampliar esse tipo de atendimento e facilitar a comunicação na Língua Brasileira de Sinais no âmbito da Instituição a partir da qualificação de servidoras e servidores.
A aula é ministrada pelo professor-intérprete de Libras Maiquel Krutzmann. “A gente comunica o tempo todo e facilitar esse acesso à comunicação a todas as pessoas é construir a cidadania. É evidente que vocês não saíram daqui intérpretes, mas pelo menos terão um olhar diferenciado e mais facilidade no acolhimento às pessoas que necessitam dessa comunicação”, ressaltou o professor.
Conteúdo
A metodologia e conteúdo programático são estabelecidos a partir de aspectos teóricos como língua e linguagem; cultura e identidade surdas; mitos em relação à surdez e a Libras; e processo de formação dos sinais: parâmetros da Libras. Também serão apresentados aspectos práticos como alfabeto e números; pronomes e calendário; identidade e cumprimentos; pessoas e família; lugares; adjetivos e advérbios; vocabulário jurídico; verbos e negativos.
Defensoria
O 1º subdefensor público-geral da DPE-TO, o defensor público Pedro Alexandre Conceição Aires Gonçalves, citou a importância do curso e também da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão (Cpai) na Escola Superior da Defensoria. “A Defensoria Pública tem buscado, nos últimos anos, ampliar o acesso à justiça da população hipossuficiente. Buscamos abrir portas com a construção de econúcleos acessíveis e com a nomeação de novos defensores e servidores. E com esta formação básica em Libras para o nosso público interno, também abrimos as portas da Defensoria a um público relevante, garantindo inclusão, acessibilidade e garantia a direitos fundamentais à população que se comunica desta forma. Todo assistido que ingressa na Defensoria Pública, em qualquer região do Estado, merece ser tratado com respeito, paciência, tolerância e dignidade”, afirmou o Defensor Público.
A diretora-geral da Esdep, defensora pública Elydia Leda Barros Monteiro, complementou que o objetivo é promover a inclusão às assistidas e aos assistidos da Instituição através da inclusão. “Precisamos aprender a compreender as demandas em qualquer idioma. Agradeço à gestão da DPE por esse olhar atento da demanda e a todas as pessoas que participarão. É a partir da nossa qualificação que continuaremos com a construção de uma cultura cidadã que tanto almejamos", disse a diretora.
Curso
A realização é da Escola Superior da Defensoria Pública (Esdep) e da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão (Cpai). Ao todo, serão 18 encontros divididos em três etapas. As duas primeiras etapas são presenciais, no auditório da Defensoria Pública em Palmas. A 2ª etapa acontece entre os dias 28 a 31 do mesmo mês. E as duas aulas finais serão ministradas de forma online; uma no dia 15 de setembro e a última no dia 22 do mesmo mês.
O curso vai totalizar 60 horas/aula e é ministrado pelo professor-intérprete de Libras Maiquel Krutzmann, que, com as aulas, vai buscar promover a compreensão da cultura e das identidades surdas nos processos comunicativos, o reconhecimento do uso das Libras como a língua materna da comunidade surda brasileira e, também, o desenvolvimento das competências necessárias para a aquisição das Libras e a prática da modalidade visual utilizada pela comunidade surda.