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Moradores de povoado em Paranã estão sem água potável para consumo, identifica Defensoria Pública

Publicado em 24/01/2022 08:30
Autor(a): Cinthia Abreu/ Comunicação DPE-TO
Morador mostra a qualidade da água que é disponibilizada aos moradores por meio de um poço - Foto: Loise Maria/Comunicação DPE-TO



"A água que vem do poço é a que indicam pra gente consumir, mas ela sai bem vermelha na época da seca e agora na chuva ela vem só o gosto de ferrugem, nem pra lavar roupas serve porque sai tudo manchado." O depoimento é de um morador do povoado do Porto do Espírito Santo, localizado no município de Paranã, na região Sudeste do Estado.

O senhor reside no povoado desde criança e há anos tenta solucionar o problema com os gestores municipais, mas sem sucesso. "A gente vai reclamar, informam que vão trazer gente pra fazer estudo da água, fazer tratamento, mas passa ano e ano e nada muda", completou.

Assim como ele, todo o povoado sofre com a falta de água potável. A forma encontrada pela comunidade foi buscar água no rio, que fica próximo ao local, com baldes e tonéis em um carrinho de mão. "Pode não ser apropriada, mas é melhor do que consumir essa água que está só a ferrugem", complementa outra moradora, uma idosa de 89 anos, que depende do auxílio de um dos filhos para buscar a água, que ela usa para cozinhar, beber e lavar as roupas.

Defensoria

A situação foi identificada em atendimento da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) no município. Na ocasião, a coordenadora do Núcleo Aplicado de Defesa das Minorias e Ações Coletivas (Nuamac) de Palmas, defensora pública Letícia Amorim, vistoriava a área por ter sido afetada pelas chuvas quando ouviu dos moradores sobre as condições da água no povoado.

De acordo com a Defensora Pública, os moradores já vivem em condições vulneráveis por residirem distante do centro, pelas condições econômicas e com os prejuízos causados pela chuva. "Não ter água própria para consumo deixa esse povoado ainda mais vulnerável a doenças. Ter água potável é direito fundamental e a ausência desse direito fere o princípio da dignidade humana", considera Letícia Amorim.

A Defensoria Pública vai oficiar a Prefeitura do Município de Paranã a prestar informações sobre as condições da água no Povoado Espírito Santo e solicitar providências, assim como irá oficiar à BRK Ambiental a tomar providências.

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