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Roda de conversa com participação da Defensoria Pública debate violência doméstica

Publicado em 17/02/2020 10:30
Autor(a): Cinthia Abreu
Roda de conversa com participação da Defensoria Pública debate violência doméstica - Foto: Cinthia Abreu

Moradores de um condomínio na região Norte Capital tiveram uma noite diferenciada na sexta-feira, 14. Os condôminos do Residencial Palmeira Imperial se uniram no Salão de Eventos para uma roda de conversa sobre violência doméstica, que teve como objetivo debater sobre prática do assédio, suas formas de enfrentamento e prevenção. A defensora pública Franciana Di Fátima, coordenadora do Núcleo Aplicado de Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem), foi uma das debatedoras, acompanhada da delegada Suzana Fleury Orsine, da Delegacia da Mulher.

Na ocasião, a defensora pública e a delegada explicaram sobre quais as formas de violência doméstica, quais os locais e formas de proteção para as vítimas, o acesso a medidas protetivas, os direitos da mulher e muito mais. A defensora pública destacou que a violência no Brasil tem raiz na desigualdade social e de gênero, herança da formação patriarcal e machista, presente ainda nos dias de hoje na sociedade. “Há o ditado que diz que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher, mas esse pensamento é produto do patriarcado, que é um modelo na sociedade em que se tem construído o homem como único gestor, como a cabeça, aquele quem decide. Esse modelo social é antigo e incide em violência, na concepção da mulher como um objeto”, apontou, acrescentando ainda que tais pensamentos não são cabíveis no mundo atual.

A delegada Susana Fleury Orsine explicou sobre as diversas formas de violência doméstica, podendo ser psicológica, patrimonial, moral, física, sexual. “Muita gente pensa que a física é a única forma de violência, por ser a que deixa mais marcas, porém, há muitas outras formas de violência, inclusive xingamentos ou o impedimento da liberdade da mulher. No caso da violência sexual, por exemplo, há pessoas que pensam que a mulher não pode se recusar a fazer sexo com o marido”, complementou.


Condomínio

A palestra contou com a participação de homem e mulheres do condomínio, que participaram ativamente do debate, com a exposição de opiniões, perguntas e respostas. A roda de conversa foi uma iniciativa da advogada Aline Loureto, síndica do condomínio, que acompanhou casos recentes de violência no condomínio. “Eu fui solicitada a atuar, uma vez que a pessoa, ao invés de ligar Polícia, me ligou. Naquele calor do momento acabei intervindo, expliquei que aqui no condomínio a violência não seria de forma alguma tolerada. Nós somos um condomínio novo com muitas mulheres separadas, divorciadas, mães solos e que devem também estar em alerta sobre os perigos da violência doméstica”, explicou.

A jornalista France Santiago também foi uma das organizadoras da programação e destacou que o assunto foi escolhido em virtude dos altos índices, em todo o País e também no condomínio. “Aqui no Tocantins, em 2019, foram 2022 casos de violência doméstica, um aumento de 5% em relação ao ano anterior, que contabilizou 1926 casos. Então é um debate muito importante, em que todas as mulheres devem estar em alerta”, destacou a jornalista, que é também moradora do condomínio.

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