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Em escola particular da Capital, defensora pública alerta sobre machismo e violência doméstica

Publicado em 05/11/2019 14:55
Autor(a): Cinthia Abreu
Em escola particular da Capital, defensora pública alerta sobre machismo e violência doméstica - Foto: Loise Maria

A aula para cerca de 300 estudantes dos 1º, 2º e 9º ano, com idade entre 15 e 17 anos, do Colégio Olimpo na Capital, foi bastante diferenciada na manhã desta terça-feira, 5. O aprendizado foi sobre machismo e violência doméstica e o conhecimento foi compartilhado pela defensora pública Franciana Di Fátima.

Divididos em três turmas, os estudantes acompanharam atentamente a palestra e participaram ativamente com perguntas sobre o assunto. Segundo a Defensora Pública, o momento importante foi para debater a desconstrução do machismo, o fortalecimento da identidade e explicar as formas de violência. “A violência doméstica e familiar é muito difícil de ser enfrentada. Por muitas vezes, se trata de alguém que ela amou muito ou ainda ama, que usufrui da sua intimidade, que é o pai dos filhos dela, ou que ela tem dependência financeira, emocional ou afetiva. Todos esses fatores fazem com que a gente tenha dificuldade de romper com esse ciclo da violência. Isso está enraizado na nossa cultura patriarcal, onde o lugar da mulher é um lugar de silêncio, então é difícil de aceitar que seja diferente”, explicou.

Durante a atividade, a defensora pública ainda explicou o ciclo da violência que incide desde palavras ofensivas e pressões psicológicas até agressões e violências mais drásticas, bem como sobre como funcionam os meios de proteção à mulher na Lei Maria da Penha. Franciana Di Fátima também desmistificou sensos comuns e a falta de programas voltados para a mulher em situação de vulnerabilidade.

Segundo ela, casos de violência doméstica e familiar são recorrentes na atuação da Defensoria Pública em função das elevadas estatísticas, por isso, construir uma cultura de paz ainda na formação dos estudantes é essencial. “Vocês serão o nosso futuro e precisam começar a desde já a lutar contra qualquer forma de machismo e violência. Vamos caminhar juntos e superar padrões machistas e retrógados para que vocês possam ser multiplicadores da não violência contra a mulher”, declarou a defensora pública.

Após a palestra, foi aberto espaço para os alunos interagirem com perguntas e troca de experiências.

Diretora de ensino do Colégio Olimpo, Bianca Canedo agradeceu a parceria com a Defensoria Pública e afirmou que a palestra é importante para informar, conscientizar e instigar a reflexão dos estudantes. “Eles precisam ser conscientizados do que é a violência contra a mulher, principalmente, porque se tem a ideia de que a violência contra a mulher é apenas física e as violências psicológicas são graves. E também o mito de que a violência só acontece nas classes menos desfavorecidas, que também não é verdade. É muito importante que esses meninos cresçam com esse entendimento, compreendam e respeitem, porque eles precisam entender para poder respeitar quando forem noivos, namorados ou esposos. E as meninas, necessitam deste conhecimento para poderem se respeitarem e não aceitarem qualquer forma de desrespeito”, concluiu a diretora. 


Campanha

A programação fez parte da campanha “Violência contra a mulher, com isso não se brinca!”, realizado pela Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), por meio do Núcleo Especializado de Defesa da Mulher (Nudem) e da 2ª Defensoria da Mulher. Por meio dela, são coletados brinquedos que vão estruturar as brinquedotecas nos locais de atendimento da rede de defesa e promoção da mulher. “Uma campanha que incentiva a solidariedade e o desapego”, conforme ressaltou a defensora pública Franciana Di Fátima.


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