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Em reunião alusiva ao Dia da Mulher, camponesas falam das diversas formas de violência

Publicado em 07/03/2018 13:09
Autor(a): Keliane Vale
Em reunião alusiva ao Dia da Mulher, camponesas falam das diversas formas de violência - Foto: Divulgação

Um encontro de mulheres destacou o modelo de vida camponesa, trazendo questões sobre trabalho coletivo e rede de autoproteção entre as mulheres, colocando os vários tipos de violências sofridas pelas mulheres por partes de seus companheiros, parentes, conhecidos e também por desconhecidos. As violências psicológicas, física, sexual e patrimonial foram bastante debatidas durante o encontro, realizado de 28 de fevereiro a 3 de março, em Araguaína, no Norte do Estado.

O encontro foi realizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e contou com a participação da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO). Na programação, com o tema "Violência Contra Mulheres no Campo", teve cinema com o filme “Só isso não, Dona” e a exibição do documentário “História e Criação da Lei Maria da Penha”.

Para o coordenador do Núcleo Aplicado das Minorias e Ações Coletivas (Nuamac) Araguaína, defensor público Sandro Ferreira, o trabalho de conscientização, de empoderamento e emancipação realizado pela CPT é essencial para reduzir os níveis de violência que as mulheres camponesas passam: “Já em condições normais, essas mulheres têm muita dificuldade de acesso à rede de proteção quando os episódios de violência acontecem, fazendo com que as mulheres camponesas padeçam ainda mais pelo isolamento geográfico. A possibilidade de qualquer tipo de auxílio, de socorro, para uma mulher assentada é infinitamente mais dificultoso do que para qualquer outra mulher, via de regra”.

Segundo Ferreira, é fundamental que as instituições e as organizações não governamentais (ongs) realizem este trabalho, seja trazendo as mulheres assentadas em um evento de divulgação dos direitos que elas têm, como fez a CPT, ou, então, indo a campo levar essa conscientização.

Na avaliação da coordenadora da CPT, Antônia Laudeci, o encontro gerou várias discussões em torno da organização social e de gênero, discutindo a hierarquia do homem sobre a natureza, as questões que tratam da superioridade masculina e o modelo competitivo que gera fragilidade econômica e emocional na vida das mulheres. “O padrão patriarcal traz a dominação e gera a inferioridade de algumas formas de vida e de pessoas, e a mulher torna-se alvo”,disse. Antônia Laudeci destacou, ainda, que a temática “violência” apresenta uma complexidade sobre o assunto, “ao mesmo tempo traz as várias realidades vividas por diversas mulheres nas comunidades rurais. Não distante do que vem acontecendo no meio urbano”, enfatizou a coordenadora.



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