Cerca de 190 estudantes de seis turmas do 3º ano do Colégio da Polícia Militar (CPM) da Capital - Unidade II - Ensino Médio participaram de rodas de conversa do projeto “Defensores da Cidadania”, da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), sobre bullying e suas diversas manifestações, como cyberbullying, depreciação das mulheres, banalização da violência, múltiplas discriminações, entre outras. O encontro foi realizado na quinta-feira, 9.
As rodas de conversa foram conduzidas pelas defensoras públicas Luciana Costa da Silva e Vanda Sueli, respectivamente, coordenadoras do Núcleo Especializado de Direitos Humanos (NDDH) e do Núcleo de Defesa dos Direitos da Mulher (NUDEM), e pela analista jurídica Liz Marina Regis Ribeiro, com apoio das equipes técnicas dos Núcleos.
Com o intuito de sensibilizar os alunos e a comunidade escolar sobre assuntos relacionados aos direitos humanos e as consequências que a prática do bullying pode ter frente às legislações, as facilitadoras fizeram apontamentos introdutórios sobre a temática e deixaram que os estudantes debatessem, contassem experiências e as dificuldades que enfrentam no dia a dia.
“Devemos em primeiro lugar respeitar o outro. A partir do momento em que faço uma brincadeira que o outro não gostou, já deixou de ser uma brincadeira, e passou a ser uma ofensa. O que é brincadeira para mim, pode magoar e afetar o outro. Na dúvida, pense, ‘eu gostaria que fizessem essa brincadeira comigo?’. Ou às vezes começa com uma brincadeira e não compensa brincar, porque pode evoluir e se tornar algo bastante sério”, destacou o estudante Lucas Luis Pereira da Silva Oliveira, 18 anos.
Para a estudante Daniele Lima Almeida, 17 anos, momentos assim são importantes para ouvir e refletir. “Acho que muito interessante e ajuda bastante a todo pessoal que tava aqui porque é realmente muito difícil. É um momento onde a gente pode falar, expressar o que a gente realmente espera da sociedade como o todo, expor as nossas expectativas ou as nossas experiências. As vezes a gente não tem tempo para pensar nisso e é bom parar e ter esse momento para falar e ouvir”, ressaltou.
Segundo a professora Poliana Alves de Oliveira, autora do convite que motivou a ida da Defensoria Pública no Colégio Militar, problemas com bullying é uma demanda frequente, a exemplo do caso recente de uma lista ofensiva que circulou nas redes sociais contra alunas da Unidade. “Eu fiquei sabendo por meio de uma amiga que a Defensoria Pública poderia vir fazer esse trabalho na escola. Recentemente tivemos um caso bem complexo de bullying na escola (a questão da lista) e então decidimos entrar em contato para pedir essa ajuda trabalhar esse tema que é complexo, de forma efetivo, incluindo também as questões relacionadas às consequências de se praticar bullying”, explicou.
Para a defensora pública Luciana Costa da Silva a ida da Defensoria Pública às escolas é uma forma de fomentar a educação em direitos, contribuir para a promoção dos direitos humanos. “Nosso intuito é fomentar entre os estudantes o respeito pelo diferente, o bullying, por exemplo, é algo de atentar contra o outro, repetitivo e que leva a vítima a uma série de problemas psicológicos”, alertou.
Projeto
“Defensores da Cidadania” é um projeto que visa aproximar ainda mais Defensoria Pública da sociedade por meio da promoção de educação em direitos humanos e cidadania, nos mais diversos espaços comunitários, tais como instituições de ensino, centros de referência em assistência social, de convivência, de direitos humanos, dentre outros. “A partir da demanda que chega para a Defensoria Pública, como no caso do Colégio Militar, articulamos junto com a Unidade a melhor metodologia para ação, seja uma roda de conversa, oficinas, palestras, entre outras”, explicou coordenadora do NDDH, Luciana Costa da Silva,
Segundo a Defensora Pública, para levar o “Defensores da Cidadania” para a escola ou espaço comunitário, entre outros, basta enviar email para o Núcleo, no endereço nddh@defensoria.to.def.br, ou ainda entrar em contato pelo telefone (63) 3218.6953 para mais informações. A equipe do Núcleo elaborará em conjunto com os solicitantes a melhor metodologia de transmissão de conteúdo.