"Ser Quilombola é ter orgulho. É assumir o pouco que tem. Assumir o cabelo torrado. E a pele negra também."
O trecho do poema “Ser quilombola”, de Maria Aparecida Ribeiro de Sousa revela o orgulho dos quilombolas dos Tocantins em verem seus poemas, fotos e histórias registrados num livro, editado pela Defensoria Pública do Tocantins.
Composto por 17 poemas, escritos por membros das 12 comunidades quilombolas do estado, a ideia do livro, surgiu depois de um concurso cultural de poemas, realizado no mês de agosto.
Enfrentando problemas com a falta de titulações, saúde e educação, os quilombolas têm no livro um registro da mobilização e da luta de cada comunidade, acompanhadas da beleza e da criatividade, como reforça o defensor público Pedro Alexandre Aires.
Sonora: "É mais uma forma de resgate da identidade. Mais um instrumento pra colocar que a luta pelos direitos quilombolas é uma luta pelo território e pela identidade."
A quilombola Maria Aparecida não esperava ter sua poesia no livro, mas se revela muito orgulhosa de todo o trabalho.
"É um material de fato que representa a história das pessoas que vivem nos quilombos."
O livro foi lançando neste mês de novembro, em comemoração ao mês da Consciência Negra. A primeira edição é apenas em formato digital, mas, segundo a defensoria, deve ser impresso em breve. A publicação pode ser acessada no endereço www.defensoria.to.def.br.
Reportagem: Maíra Heinen