Com o sentido de investir na ressocialização e diminuir a reincidência criminal, o projeto “Caminhar para Frente”, desenvolvido junto aos egressos do sistema prisional e familiares, conta com palestras que buscam direcionar os participantes a uma mudança social.
Na última quinta-feira, 17, cerca de 70 pessoas participaram das palestras ministradas pelo juiz de Execuções Penais, Antônio Dantas de Oliveira Júnior; o promotor Tarso Rizo Oliveira Ribeiro; e o defensor público Sandro Ferreira, que falou sobre “progressão e regressão de regime na perspectiva social”. O evento também contou com participação dos policiais militares da Direção do Colégio Militar em Araguaína, Major Edilson e Capitão Luciano.
Para o Defensor Público, o egresso do sistema prisional enfrenta a transição para a liberdade plena e precisa de amparo. “Quem sobrevive ao sistema e progride de regime precisa especialmente de coragem e inteligência. A sabedoria para prever as graves conseqüências de um erro nessa fase de avaliação, de transição para a liberdade plena. E a coragem para enfrentar um mundo repleto de preconceito contra os egressos e de portas fechadas pela discriminação. É difícil sim, porém não impossível, pois não estão sós. A Defensoria Pública está sempre presente”, declarou.
A atividade será realizada uma vez por mês, com temas de interesse dos participantes. Nesta edição, foram abordados também os seguintes temas: reincidência criminal e a ligação com a autoestima do reeducando, a importância da educação na liberdade do reeducando. Conforme informações da Vara de Execuções Penais de Araguaína, idealizadora do projeto, as palestras servirão para conscientizar os egressos da importância do cumprimento e acompanhamento das penas impostas, contribuindo ainda para o fortalecimento de vínculos familiares, sociais e culturais.
Encarcerados
Os reeducandos encarcerados na UTPBG – Unidade de Tratamento Penal Barra da Grota também participaram de palestras. Para o defensor público Sandro Ferreira, é uma gama de atividades e ações estratégicas que ajudam a reduzir violência e a transformar a UTPBG em uma unidade diferenciada. “A tarefa é difícil e requer um esforço contínuo das instituições e de um clima de parceira e constante diálogo entre as partes envolvidas no sistema prisional. É possível fazer a diferença”, finalizou.
Texto: Keliane Vale