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Preconceito e políticas públicas fecham debates do Seminário Jurídico

Publicado em 05/05/2012 14:08
Autor(a): Autor não informado
A militante Fernanda Benvenutt durante Seminário de Diversidade Sexual - Foto: Loise Maria
O preconceito que gira em torno do grupo LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexual e Transsexual) foi tema central das últimas duas palestras que encerraram o I Seminário de Direito e Diversidade Sexual. As palestrantes Tâmara Adrian, advogada venezuelana, e da militante Fernanda Benvenutt levaram o publico à reflexão sobre como diminuir o preconceito em torno das diversidades sexuais.

A advogada tâmara Adrian ressaltou que o homem vive um impasse em seu interior com as questões das diferenças de raça e religiosa; diferença entre direitos de homem e mulher; e no século XXI a luta é pela diferença entre gêneros e orientação sexual. Para a advogada, a intolerância é algo que se aprende e orientação sexual é algo que nasce com você. “Aprendemos que os brancos são superiores aos negros, que a mulher é submissa aos homens, e foram muitas lutas para se criar políticas públicas igualitárias. No caso da diversidade sexual não é diferente. A sociedade nos vê como grupos de risco, como inferiores, mas nós não podemos nos conformar com isso. Temos que mostrar ao mundo que não somos diferentes e merecemos tratamento igualitário em todos os sentidos”, afirma Tâmara Adrian.

A advogada venezuelana lembra ainda da necessidade de se trabalhar esta consciência nas mais diversas áreas como saúde, educação, segurança pública e oportunidades de emprego, para que o preconceito seja diminuído e que as políticas públicas beneficiem a todos com equidade.

A militante Fernanda Benvenutt defendeu que o preconceito começa nos próprios vícios de linguagem. “Quando você fala a transsexual, você qualifica a pessoa feminina com um gênero masculino. Isso reflete que apesar de você ver a figura de uma mulher, no seu inconsciente arremete a uma figura masculina. E não é assim. Somos mulheres”, explicou Benvenutt.

A militante enfocou a diferença entre travesti e transsexual. “Visivelmente não tem diferença nenhuma. A nomenclatura travesti é aceita e usada nos dias atuais apenas por uma questão política. Mas tanto travesti como transexuais são pessoas de sexo biológico masculino ou feminino, que têm identidade de gênero oposto ao sexo biológico e que se apresenta de acordo com o gênero que psicologicamente pertence. A única diferença é que uns optam por fazer a cirurgia de mudança física de sexo”, afirmou Benvenutt.

Sobre a luta contra o preconceito, Fernanda Benvenutt afirma que qualquer tipo de preconceito revela ignorância e desinformação. “Reconheço que algumas conquistas foram obtidas, por força e pressão do movimento organizado, mas muito ainda precisa ser feito. Travestis, gays afeminados e lésbicas masculinizadas, ainda são alvos de discriminação no sistema de ensino. É preciso preparar os profissionais da saúde, segurança pública, assistência social para o atendimento humanizado a este público”, finalizou.
 
 
 

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