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Mudança de sexo é tema da 2ª palestra do Seminário de Direto e Diversidade Sexual

Publicado em 04/05/2012 17:01
Autor(a): Autor não informado
O médico Walter Koff em sua palestra - Foto: Louise Maria

A diferença entre homossexualidade e transexualidade foi o tema da palestra proferida pelo médico Walter Koff, especialista em cirurgias de mudança de sexo, durante o I Seminário de Direito e Diversidade Sexual, realizado pelo Centro de Estudos Jurídicos – CEJUR, e pelo Núcleo da Diversidade Sexual – Nudis, da Defensoria Pública.

De acordo com o médico, existe uma diferença entre homossexualidade e transexualismo que precisa ser entendida por todos que atuam nesta área. “O homossexualidade são pessoas que têm atração física, sentimental por pessoas do mesmo sexo, mas não querem fazer alteração física na genitália. Já o transexual, além da atração física, ele tem o desejo da mudança do sexo”, explicou o especialista.

Ainda de acordo com Walter Koff, como a cirurgia de mudança de sexo é feita em poucas pessoas, ainda há muito preconceito e falta de informação em torno desse processo. Ele explicou que para ser realizada a cirurgia, o paciente fica durante dois anos sob acompanhamento psicológico e hormonal para ter a certeza da mudança de genitália, já que a operação é irreversível. “Esse é o padrão para ser realizada a cirurgia aqui no Brasil, e este também é o padrão exigido pelo Sistema Único de Saúde que já custeia esse tipo de cirurgia, mas apenas na mudança da genitália masculina para a feminina”, afirmou o médico.

Atualmente, são realizadas no Brasil cerca de 40 cirurgias de alteração de sexo. No país, existem quatro centros especializados neste tipo de cirurgia que conta com uma equipe multidisciplinar (São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Goiás). A intenção do Governo Federal é ampliar este tipo de atendimento com mais quatro centros.

“Isso é importante porque auxilia o transexual em todos os sentidos, pois a mudança de sexo envolve uma mudança de vida. Depois da cirurgia, nós acompanhamos essas pessoas por mais dois anos porque elas precisam ter uma melhora na qualidade de vida, como o convívio social, relacionamento afetivo, trabalho, família, e isso envolve até mesmo a questão jurídica para que essas pessoas sejam reconhecidas como o novo sexo”, completou Koff”.

Para exemplificar, o médico usou o caso da judoca Edinanci Silva que fez a cirurgia de mudança de sexo, mas num primeiro momento estava impedida de competir nas Olimpíadas entre as categorias femininas. “Nós fomos aos Comitês Olímpicos Mundial para defender a participação dela nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996. Ela teve que se submeter a um teste de feminilidade onde foi constatado que ela possuía menos hormônio masculino no corpo e que tinha genitália feminina. Isso a credenciou para participar da competição e é parâmetro até hoje para separar as categorias femininas e masculinas”, finalizou o médico.

Walter Koff

Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com especialização na Universidade da Califórnia (UCLA/EUA) e aperfeiçoamento em Urologia em instituições dos EUA, Inglaterra e Suécia. Chefe do Serviço de Urologia do Hospital das Clínicas de Porto Alegre e Professor Titular de Urologia e Andrologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Presidiu a Sociedade Brasileira de Urologia, recebendo o prêmio Professor Gilberto Menezes Góes, conferido pela entidade, por realização de programa para rastreamento de câncer de próstata.

 

 
 
 
 

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