A Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) emitiu nesta terça-feira, 13, Nota de Pesar pela morte do militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Norte do Tocantins, Raimundo Nonato Oliveira, conhecido como Cacheado. Conforme o MST, ele foi assassinado na madrugada de hoje.
Na nota, a Instituição destaca o papel de Cacheado como líder popular e parceiro da Instituição na luta pela defesa dos direitos de todos e todas, especialmente nas atuações coletivas em defesa de trabalhadores e trabalhadoras rurais e de comunidades que vivem em assentamentos.
Confira, a seguir, a nota na íntegra:
Palmas – TO, 13 de dezembro de 2022.
Nota de Pesar
A Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), especialmente por meio de seu Núcleo Especializado da Defensoria Pública Agrária (DPagra), vem a público manifestar seu pesar pela morte violenta do líder popular e militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Norte do Tocantins, Raimundo Nonato Oliveira, 46 anos, conhecido como Cacheado. Conforme o MST, o Militante foi assassinado na madrugada desta terça-feira, 13, com dois tiros, enquanto dormia em sua casa em Araguatins, município localizado a 605 Km de Palmas, na região do Bico do Papagaio.
Cacheado tinha grande representatividade no MST no Tocantins. Como militante do Movimento e também como cidadão, era presença constante em diferentes ações e atividades realizadas pela Defensoria Pública, como atendimentos itinerantes, reuniões e debates de iniciativa do DPagra. O seminário realizado em julho deste ano pelo DPagra e Escola Superior da Defensoria Pública (Esdep), em Palmas, sobre decisões possessórias coletivas, foi a participação mais recente de Cacheado em iniciativas da Instituição, oportunidade em que acompanhou as palestras e debates.
A história de vida e de militância de Cacheado é comum a muitos assistidos e assistidas pela Defensoria Pública, já que desde muito jovem ele vivenciou na família e nas comunidades que viveu as ofensivas e os riscos relacionados a conflitos de terra.
Conforme o MST, o pai de Cacheado foi assassinado por pistoleiros quando o Militante era apenas uma criança, o que o motivou a se envolver na luta popular pelo direito à terra. Ainda conforme o Movimento, Cacheado era alvo na região do Bico do Papagaio, tendo sofrido tentativas de assassinato no período de 2000 a 2015.
A morte de Cacheado representa uma grande perda para os movimentos sociais do Tocantins. Do mesmo modo, a Defensoria Pública perde um importante parceiro popular na luta pela defesa dos direitos de todos e todas, especialmente em suas atuações coletivas em defesa de trabalhadores e trabalhadoras rurais e de comunidades que vivem em assentamentos.