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Alteração de nome indígena é foco de atendimento da Defensoria Pública para os Kanela Tocantins

Publicado em 25/10/2017 15:29
Autor(a): Autor não informado
Alteração de nome indígena é foco de atendimento da Defensoria Pública para os Kanela Tocantins - Foto: Loise Maria

Os indígenas Kanela do Tocantins da Aldeia CrimPaTehi, na região próxima ao município de Araguaçu (a 405 km  de Palmas), receberam atendimento do projeto Defensoria Itinerante, na última sexta-feira, 20. Em ação conjunta do Núcleo Aplicado das Minorias e Ações coletivas (NUAmac de Gurupi) e o Fundo Nacional do Índio (Funai de Gurupi), o atendimento foi coordenado pelo defensor público Leandro Gundim, com apoio de Hud Ribeiro, Kita Maciel e Servidores.

De acordo com o defensor público Leandro Gundim, a atuação principal foi quanto à inserção da etnia indígena no registro de nascimento, que oportunizará o resgate cultural do povo e a concretização dos direitos que lhe são inerentes. “O reconhecido da minha identidade foi uma grande conquista, agora vou ter acesso de várias coisas que antes não tinha, como educação e saúde”, conta o estudante Ihton Kanela Lima Souza, 18 anos.

Um total de 208 índios da etnia Kanela do Tocantins foram atendidos em diversas áreas. “Para mim é um prazer este reconhecimento porque eu sou indígena. Esta ação da Defensoria Pública foi muito importante para o resgate da nossa identidade, temos que dar valor a nossa cultura, pois os indígenas foram os primeiros habitantes da nossa terra, o Brasil”, reforça Salvador Viana Montel Kanela, 65 anos.

Atendimento

No mesmo dia, foi criada uma associação indígena que permitirá uma melhor representação dos direitos do povo Kanela do Tocantins. “A falta d’água também um problema preocupante. Uma ação Civil Pública será proposta contra o município de Araguaçu, buscando a regularização da situação, e será requerida a disponibilização de um caminhão-pipa até que seja solucionada a demanda de forma definitiva”, complementa Leandro Gundim.

Segundo o Defensor Público, a aldeia ainda conserva o estilo de vida e a tradição indígena. “Porém, as pessoas que moram no local enfrentam dificuldades para o exercício de direitos, como o acesso à justiça, tendo em vista a distância dos equipamentos públicos e a precariedade do transporte público e essa ação realizada pela Defensoria Pública trouxe soluções para diversas demandas dessas famílias”, conclui Leandro Gundim.

Histórico

Os índios Kanela do Tocantins, originários do estado do Maranhão, chegaram ao Tocantins em 1950 a pé e eram conhecidos como ‘’Caboclos’’. Muitos foram para outras regiões, alguns retornaram ao Maranhão e alguns se fixaram na região do córrego barreira. Os que ali permaneceram, em 2013, começaram a buscar meios de sobrevivência e apoio para fundar a aldeia. Morando em baixo de árvores, os Kanela do Tocantins conseguiram no mesmo ano o reconhecimento da aldeia e instituíram o primeiro cacique, uma mulher, mas que não se manteve por muito tempo na liderança. No ano seguinte, dia 07 de Setembro, os índios decidiram nomear Arlindo Alexandrino de Souza como o próximo cacique, que desde então tem sido o líder da comunidade.

No que tange a conquista de território, os Kanela do Tocantins vivem em uma terra doada por particular para habitação dos mesmos, sem suporte para plantação, caça ou pesca. Para isso, o DPAGRA promoveu uma reunião de mediação com a participação da Funai, Incra, representantes da Aldeia Crim PA Tehi, permitiu que o primeiro passo em busca do território fosse dado.

Defensoria Itinerante

O Defensoria Itinerante da última sexta-feira, 20, atendeu também a comunidade Conceição do Tocantins e Taipas. Além das demandas individuais, também foram realizados atendimentos coletivos pelo Núcleo Aplicado das Minorias e Ações Coletivas (NUAmac) de Palmas referentes às denúncias de falta de água no município nos meses de agosto, setembro e outubro, assim como sobre a qualidade da água ofertada no período.

Texto: Cléo Oliveira / Ascom DPE

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