* por Ana Karollinny Freitas e Elisama Oliveira
MULHERES X PANDEMIA
Meu caro leitor amigo
Fique atento no que verás
É um assunto atual
Que aqui encontrarás
Grave bem estas palavras
E no final entenderás
São muitas as tragédias
Grande parte é de dor
Têm os dois lados da história
A vítima e o agressor
Há quem defenda o mal
E diga que é por amor
O assunto que falaremos
Fala sobre o “bem me quer”
Do tratamento ofertado
Por muitos Raimundos e “Zés”
Das violências domésticas
Aplicadas à mulher
Devido à pandemia
Pelo Corona instaurada
Todos estão isolados
Trancados dentro de casa
Só saem para trabalhar
Para que não falte nada
As esposas são quem sofrem
Com a rotina diária
Do marido e dos filhos
São como presidiárias
Outras sofrem violência
A situação é precária
O maltrato doméstico
Com o tempo vem aumentando
Na situação atual do mundo
Nada disso está mudando
O contrário acontece
A cada dia piorando
Com o povo todo em casa
Devido à pandemia
Muitas mulheres passam
Por tamanha agonia
Trabalhando como escravas
São quem cuidam da família
Na maioria dos casos
Elas quem trazem o sustento
Trabalham todos os dias
Sem descansar um só momento
Mesmo assim muitas preferem
Que acabe o isolamento
Em casa são exploradas
Nenhuma ajuda recebem
Os parceiros, muitas vezes
Delas não se compadecem
Aumentando a pressão
E as famílias não percebem
É uma grande tortura
Viver nesse sofrimento
Aguentar a violência
Física ou xingamentos
E, muitas vezes, não denunciam
Por sofrer constrangimento
Violência psicológica
Sofrem a todo momento
Privação de ir e vir
Ficam sob isolamento
Chantagens e agressões
Sofrem em todo tempo
São desmoralizadas
Em casa e em lugares públicos
Ficam envergonhadas
Por ouvir esses insultos
E ainda recebem a culpa
Se usam vestidos curtos
Ser mãe e dona de casa
Não é para qualquer pessoa
Trabalhar e estudar
E ser uma esposa boa
Carregar todo um fardo
E nunca ficar à toa
Ouvem queixas da família
Por querer sair das “garras”
Não suporta toda a dor
E a violência que as amarra
Os parentes viram o rosto
Não gostam das divorciadas
Não somos a par do divórcio
Mas também não concordamos
Com uma vida de dor
Ou desacordo com quem casamos
Cada parceiro merece
Respeito, e por ele, lutamos
Trabalhando o dia inteiro
Sem ganhar nenhum tostão
Em casa são as domésticas
Devem ao parceiro satisfação
É triste a realidade Ninguém merece essa prisão
Não poder sair de casa
Em meio essa calamidade
Muitas sofrem vendo os filhos
Passar por necessidade
A sobrevivência do lar
É dela a responsabilidade
Quando violentadas
Não ousam denunciar
Por medo ou por opressão
Para casa tornam a voltar
E o ciclo vicioso
Tornam a realizar
Existem várias formas
De chamar a violência
Deixam mulheres frágeis
E acontece com frequência
A luta já é antiga
Para as mulheres “sobrevivência”
Querido leitor, escute
Esse drama é real
Violência contra mulher
É uma coisa fatal
Nós, os filhos da poesia,
Lutamos contra esse mal
Amantes da poesia
Encerramos com estima
Esse trabalho em cordel
É um projeto de rima
Juntos com a Universidade
O Cordel roda em Araguaína
* Alunas do Curso de Letras, participantes no projeto de extensão “O cordel roda em Araguaína”)