* Por Catarina Lopes
Na dureza do sertão
Ser mulher é desafiar
A sede de cada dia
Guardar, plantar e esperar
Com toda paciência
Aquilo que Deus mandar
Espera, mas não sentada,
Luta, sonha, ama e vela
Pelos seus e pelos nossos
No prumo da manivela
Vai abrindo os caminhos
Como bico de sovela
Mas ela não é só luta,
É meiguice, é mansidão,
É sonho, é fortaleza
É pura imaginação
É brejeira e tinhosa
A mulher do meu sertão
Desata os nós que lhe prende
Letrada dos seus direitos
Liberta outras mulheres
Ensina, acolhe no peito
Depois de um longo caminho
Enfim encontra o RESPEITO
* Servidora da Defensoria Pública, assessora lotada no Nudem. Trabalho na Defensoria há 17 anos. Tenho amor pelo meu trabalho, e sempre que tenho oportunidade, uso a arte do canto, da dança e da música nos eventos da instituição. Filha de cordelista cearense, longe de ser igual ao meu pai, retratei um pouco sobre ser mulher, a mulher do sertão nordestino.