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Homem reconhece paternidade de adolescente após 10 anos distante

Publicado em 05/02/2015 18:59
Autor(a): Autor não informado
Domingos com a filha. - Foto: Keliane Vale

Gabriela Sousa tinha apenas três anos quando o pai biológico foi embora da cidade em que moravam, por isso, não tem lembranças da infância com ele. Há algum tempo, a adolescente decidiu reescrever a própria história e passou a inquietar a mãe sobre o pai biológico. A mãe Oscalone Sousa Parente sequer tinha o contato do homem. Em buscas pela internet e outros meios, finalmente Domingos Orlando Portilho foi encontrado na cidade Formosa da Serra Negra, no Estado do Maranhão. Após contato telefônico, ele se dispôs a comparecer para um acordo no Núcleo de Conciliação da DPE-TO – Defensoria Pública do Estado do Tocantins, na cidade de Araguaína.

Após dez anos afastados, pai e filha se reencontraram nesta quarta-feira, 04. “Foi muito emocionante, saímos para conversar, ele me fez muitas perguntas sobre minha vida, me deu presentes e me chamou para visitar a família dele nas férias”, contou animada a adolescente. Gabriela também falou sobre o fim de qualquer tipo de constrangimento. “Já escutei coisas do tipo: pelo menos eu tenho pai e ele gosta de mim, está aqui comigo. Isso agora acabou! Algumas pessoas também achavam estranho eu ter um só sobrenome, agora meu nome vai ser maior e achei bom”, orgulha-se.

Sobre a relação com a família do pai, Gabriela está otimista. “Acho que vou me dar bem com minha nova meia-irmã, porque gosto de crianças e ela tem três anos. Espero que me tratem bem quando eu for para lá”, planeja a adolescente.  

O encontro não foi apenas para reparar a ausência dos anos passados, mas para Domingos reconhecer a filha legítima e tratar das demais atribuições da paternidade. Ele realizou um acordo no Núcleo de Conciliação, definindo sobre a pensão alimentícia, visitas e reconheceu a paternidade da adolescente, que passará a se chamar Gabriela Sousa Portilho.

“Meu sonho era minha filha encontrar o pai. Eu me sentia humilhada por ter uma filha que não era reconhecida, ela também se sentia humilhada. Agora, eles vão poder se conhecer e ter uma proximidade. Para mim, é uma página virada em minha vida, uma pendência resolvida”, revelou Oscalone Sousa Parente.

Nesta conciliação, a servidora Débora Sousa foi responsável pelo acordo. “Me sinto realizada, porque cumpro meu papel e faço o que amo. Além de resolver as pendências jurídicas, a conciliação tem este lado humano de restabelecer os laços familiares”, disse. Segundo a Conciliadora, durante conversa individual com os Assistidos, ela tem a oportunidade de falar francamente sobre a paternidade. “Procuro mostrar para os pais que não é só pagar pensão alimentícia, tem que ser muito mais do que isto, é uma oportunidade para ser pai de verdade”, disse Débora.

Conciliação

A conciliação tem como objetivo principal o acordo sem precisar o processo chegar às mãos do juiz para decidir e, sim, somente para homologar. O acordo é um compromisso com o mesmo valor de uma sentença do juiz. O conciliador é uma pessoa imparcial, bem treinada, que efetivamente consegue o convencimento das partes e que sugere alternativas concretas.

 

Texto: Keliane Vale

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