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As relações interpessoais e a qualidade de vida no trabalho

Publicado em 28/04/2014 10:19
Autor(a): Autor não informado
Isabel Cristina - Foto: Rose Dayanne Santana

Considerando que cerca de oito valiosas horas do nosso valioso tempo são gastas com ele: “o trabalho”, parece importante que pensemos em como o realizamos, ou seja, de que forma trabalhamos, onde trabalhamos, com quem trabalhamos, e se estamos satisfeitos com tudo isso. 

Passamos frequentemente um terço das 24 horas trabalhando, e se o indivíduo seguir as recomendações da maioria dos médicos, e dormir de 6 a 8 horas por noite, restarão apenas cerca de 8 horas para os estudos, lazer etc. Atualmente, ouve-se muito falar em busca por qualidade de vida. E parece que cada um tem suas concepções sobre o assunto. Ter saúde, viajar, ter um bom trabalho, estudar, educar os filhos, morar bem, ter um automóvel: estas são algumas das coisas que ouvimos a maioria das pessoas julgar importantes em suas vidas e são consideradas como seus principais objetivos. Normalmente, quase tudo isso é proporcionado ao indivíduo através do seu trabalho.

No ambiente de trabalho, como em qualquer lugar, a qualidade de vida tem sido foco de estudo e do ponto de vista psicológico, observa-se que quando nos relacionamos com outras pessoas, isto não é tarefa fácil, pois somos indivíduos, e por isso, na nossa singularidade, temos nossas diferenças, e é importante que, acima de tudo, nossas relações sejam sempre repensadas, estejam equilibradas, que sejam positivas e façam bem a nossa autoestima e à autoestima do outro. Em toda relação, seja ela qual for, é importante que todos os que fazem parte dela e se relacionam entre si contribuam, sejam beneficiados e estejam satisfeitos, pois não há crescimento grupal, se apenas um ou alguns participantes do grupo se beneficiarem, por isso, faz-se necessário verificar o nível de satisfação que cada membro atinge com a sua participação no grupo, com o passar do tempo.

Segundo Moscovici (1994), nas empresas, a interação humana ocorre em dois níveis concomitantes e interdependentes. O nível da tarefa é o que podemos observar, que é a execução das atividades individuais e em grupos. Já o socioemocional refere-se às sensações, aos sentimentos que são gerados pela convivência.

Se as relações e a convivência são saudáveis a realização das tarefas se dá de forma mais prazerosa, havendo trocas e feedbacks que facilitam a interação e promovem o crescimento e a autoconfiança. Todo ser humano precisa ser aceito, necessita ser acolhido e isto promove seu crescimento interior. Quando isto não ocorre, o indivíduo não se sente parte do contexto, não desenvolve o sentimento de pertença e acaba por afastar-se cada vez mais, gerando um mecanismo autodefensivo, que o coloca cada vez mais para fora do grupo. O rendimento profissional de um indivíduo inserido num contexto organizacional saudável provavelmente supera e muito o rendimento de um profissional que se sente e se coloca ou é colocado à margem do grupo.

Segundo Cleo Carneiro (apud Fernandes, 1996, p 38): Qualidade de vida no trabalho é ouvir as pessoas e utilizar ao máximo sua potencialidade. Ouvir é procurar saber o que as pessoas sentem, o que as pessoas querem, o que as pessoas pensam [...] e utilizar ao máximo sua potencialidade é desenvolver as pessoas, e procurar criar condições para que as pessoas, em se desenvolvendo, consigam desenvolver a empresa.

Ou seja, quanto mais satisfeitos e bem relacionados no ambiente organizacional, mais os trabalhadores poderão interagir, ouvir, falar, compreender-se, aceitar-se nas suas diferenças, podendo assim ajudar a se construir e se reconstruir, uns aos outros, objetivando o sentimento positivo e consequentemente o crescimento da organização como um todo.

    

Isabel Cristina Izzo - Analista em Gestão Especializada-Psicologia.

Defensoria Pública do Tocantins - Regional de Gurupi.

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