edit Editar esse Conteúdo

As relações familiares e o papel dos pais na afetividade e no combate ao uso de drogas

Publicado em 31/07/2013 09:34
Autor(a): Autor não informado
Isabel Cristina Izzo- - Foto: Rose Dayanne Santana

Atualmente, um dos maiores problemas enfrentados pelas famílias brasileiras e pode-se dizer do mundo, é o uso de drogas. Faz-se necessária uma reflexão sobre este assunto, pois os pais quando buscam ajuda para seus filhos, geralmente, é porque a situação já está fora de controle, ou seja, normalmente o que se verifica, são pais desesperados frente aos filhos que já não estão frequentando mais à escola, furtam objetos para manterem o vício, passam noites fora de casa, tornam-se cada vez mais distantes da família e são absorvidos cada vez mais pelo mundo das drogas.  

 

De que drogas estamos falando? Existe um grande número de drogas e estas podem ser consideradas lícitas, quando seu uso é permitido, é o caso de bebidas alcoólicas, cigarros comuns e medicamentos, por exemplo; ou ilícitas, que são as drogas cujo uso é considerado proibido, como é o caso, por exemplo, da maconha, cocaína e crack, que costumam ser as mais comuns. Dentre os vários problemas causados pelo uso de drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas, está o mais importante e o mais perigoso de todos que é a dependência, o que faz com que o indivíduo tenha dificuldades para interromper o seu uso. Normalmente, os usuários de drogas se iludem dizendo que interromperão sua utilização “quando quiserem”, mas o que se percebe é que devido à dependência estabelecida pelo seu uso, isto vai se tornando cada vez mais difícil, e o autocontrole torna-se ineficaz.

 

Bom, e o que os pais podem fazer frente a um problema tão sério? Ao se verificar o estabelecimento do vício, o que se pode fazer? É importante salientar que nestes casos o importante é manter a calma e buscar ajuda profissional, como tratamento médico e psicológico, tanto para o usuário, dependente de drogas, quanto para a família, que chamamos aqui de codependente, pois a família sofre e torna-se doente junto com o dependente. Por isso é importante tornar os sentimentos emergentes e mudar alguns comportamentos. Outra dica importante é tentar estabelecer o diálogo que ainda é a melhor maneira de estar próximo ao seu filho.

 

Por falar em diálogo e em estar próximo ao seu filho, quando foi que você conversou pela última vez com ele(a)? Quando vocês falaram sobre o que é importante para ele(a), sobre seus sentimentos, sobre o que ele(a) deseja? Quando foi que você disse a ele(a) o quanto o(a) ama? Quando vocês fizeram um passeio juntos? Quando você demonstrou que se interessa por ele(a) e que tem tempo para gastar com ele(a)? Você conhece seu filho(a) o suficiente, identifica seus comportamentos e sentimentos,  consegue reconhecer quando ele se mostra “diferente”?

 

 Às vezes, por não saber como lidar com algumas situações fugimos delas ao invés de enfrentá-las. Mas a melhor saída para todos os nossos problemas ainda é o enfrentamento e a busca por soluções, pois assim o problema tende a ser minimizado. Caso contrário, o problema só irá crescer e dificultar ainda mais sua compreensão e a busca por uma saída. Se não sabe o que fazer, peça ajuda.

 

Estas são algumas questões nas quais é importante refletir e é partindo do princípio de que a afetividade aproxima as pessoas que se faz necessário estabelecer uma relação de afeto e aproximação com seu filho(a). Considerando que nós, seres humanos, precisamos e buscamos ser aceitos e amados, fica fácil compreender que a falta da afetividade e de reconhecer que somos amados, nos faça mal e acabe fazendo com que fiquemos tristes e consequentemente nos retraiamos e nos afastemos.

 

Outro fator importante na promoção de equilíbrio ao ser humano é a questão das responsabilidades, por isso ensinar seu filho(a) a ter responsabilidade sobre seus atos, obedecer regras e horários são fatores importantes na construção de um indivíduo coerente e equilibrado. Respeitar as pessoas e suas diferenças e ser tolerante também contribuem enormemente para o desenvolvimento do caráter com equilíbrio emocional saudável. Dê exemplos. O ser humano e até os animais costumam imitar o comportamento dos pais e as crianças e os adolescentes fazem isso o tempo todo. Então, se não quer que seu filho(a) beba você também não deve beber; se não quer que seu filho(a) seja agressivo(a) não grite nem seja agressivo com as pessoas, seja gentil; se quer que ele(a) seja honesto(a), pratique a honestidade e cumpra com seus deveres; enfim, se quer que seu filho(a) tenha comportamentos adequados, os tenha.

 

Pense na importância de estar sempre próximo e atento para acompanhar e desempenhar todas as formas de relacionamento que possa ter com seu filho (a), e lembre-se: PREVENIR SEMPRE FOI MELHOR QUE REMEDIAR!

              

Isabel Cristina Izzo- Psicóloga da Defensoria Pública TO - Regional de Gurupi  

 

keyboard_arrow_up