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A Comunicação com Tolerância e Afeto

Publicado em 05/04/2017 10:06
Autor(a): Isabel Cristina Izzo
A Comunicação com Tolerância e Afeto - Foto: Divulgação

Palavras são janelas (ou são paredes)


Sinto-me tão condenada por suas palavras,

Tão julgada e dispensada.

Antes de ir, preciso saber:

Foi isso que você quis dizer?

Antes que eu me levante em minha defesa,

Antes que eu fale com mágoa ou medo,

Antes que eu erga aquela muralha de palavras,

Responda: eu realmente ouvi isso?

Palavras são janelas ou são paredes.

Elas nos condenam ou nos libertam.

Quando eu falar e quando eu ouvir,

Que a luz do amor brilhe através de mim.

Há coisas que preciso dizer,

Coisas que significam muito para mim.

Se minhas palavras não forem claras,

Você me ajudará a me libertar?

Se pareci menosprezar você,

Se você sentiu que não me importei,

Tente escutar por entre as minhas palavras

Os sentimentos que compartilhamos.


RUTH BEBERMEYER



Sirvo-me deste pequeno e grandioso poema de Bebermeyer, para falar um pouco da comunicação com afetividade. Todos nós já sabemos que são três os elementos necessários para que haja a comunicação, emissor que é o que inicia o processo, quando cria ou inicia a passagem de uma ideia ou comportamento; a mensagem que é o assunto, a ideia em si; e o receptor, que é quem vai obviamente receber a informação. Será que só com estes três elementos se dá de fato o que chamamos de comunicação? Será que a mensagem ao transitar da sua origem até o seu destino, consegue manter sua integridade? Será que ela atinge seus objetivos?

A forma como o emissor se coloca, assim como a interpretação e a capacidade de compreensão do receptor poderão definir se a mensagem manterá sua composição e atingirá seu objetivo. Toda vez que recebemos uma mensagem, uma informação, projetamos e agregamos a ela, nossa percepção, nossa vivência no mundo e assim ao recebê-la, já atransformamos um pouco. Um aspecto importante para que se dê a comunicação de forma eficaz é a capacidade de “decodificação” da informação, ou seja, o conhecimento e a compreensão de alguns termos e palavras que fazem parte do universo do emissor, precisam fazer parte do universo do receptor. Usar termos técnicos com quem não os conhece, pode tornar a comunicação ineficaz. Ao questionarmos os comportamentos de quem nos ouve, faz-se importante que verifiquemos se ele de fato nos ouviu, se teve a capacidade de compreender o que dissemos.

Instituições Públicas, Privadas ou Sociais, por meio de seus emissores, precisam se atentar ao falarem com seu cliente, seu assistido, seu funcionário, seu colaborador, enfim, a quem se destinam suas palavras, pois cada indivíduo deverá ser considerado quanto a sua capacidade de compreensão. Comunicações eficazes demandam muitas vezes tempo, desejo de realizá-las e como tudo o que envolve relacionamentos humanos, deve envolver o afeto; por isso não podem ser mecanizadas, precisam ser cada vez mais e mais afetuosas e humanizadas. É preciso falar com o outro e não para o outro. Muitas vezes também o preconceito contra o outro nos impede de sermos bons emissores e também bons receptores.

Tentar viabilizar a comunicação eficaz com outro ser humano, considerando suas limitações é essencial para que haja integração, obtenção de bons resultados, transmissão de conhecimento e favorecimento do crescimento de todos os envolvidos nas relações de trabalho.

A comunicação impositiva, a comunicação sem afeto e realizada às pressas, tornam-se ineficazes, podem causar o afastamento, o isolamento e nos levar ao retrocesso.

Dê oportunidade para que a mensagem chegue ao outro não só carregada de informação, agregue a ela também a afetividade e a tolerância. Se possível agregue também um sorriso.

Na dúvida não conclua, não se afaste; na dúvida, pergunte, comunique-se, possibilite e viabilize sempre uma nova conversa.

Sejamos janela, não sejamos paredes.


Isabel Cristina Izzo

Analista em Gestão Especializada – Psicologia

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