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A autoestima e as relações intra e interpessoais

Publicado em 28/08/2013 16:57
Autor(a): Autor não informado
A autoestima e as relações intra e interpessoais - Foto: Rose Dayanne
Relacionamo-nos com outras pessoas, e a isso chamamos relações interpessoais, e relacionamo-nos conosco, o que chamamos de relação intrapessoal. Tanto as relações intra como as interpessoais necessitam de equilíbrio para que possam se dar de forma satisfatória, proveitosa e construtiva.

Constitui-se relação intrapessoal a relação que temos conosco, como por exemplo: como é a confiança que temos em nós mesmos, em nossa forma de agir e pensar, como realizamos o enfrentamento de nossos problemas, como são nossas responsabilidades sobre nossas próprias ações; e se temos domínio sobre estas questões, pode-se dizer que nossa autoestima está alta. Quando ocorre o contrário, quando não temos confiança em nossas próprias ideias e em nós, não nos respeitamos, não nos valorizamos, não lutamos pelos nossos ideais, não nos autoconhecemos, desistimos facilmente de nossos objetivos, não aceitamos nossos erros e procuramos sempre alguém para culparmos por tê-los cometido, podemos então dizer que estamos com a autoestima baixa.  As relações interpessoais são constituídas pelas nossas relações com outra(s) pessoa(s) ou grupo(s) de pessoas e podem ser observadas nas suas mais variadas formas. Em nossas relações interpessoais, do ponto de vista psicológico, quando não estamos em equilíbrio emocional, podemos nos utilizar de um mecanismo de defesa chamado “projeção”, onde muitos de nossos valores e déficits comportamentais e emocionais não aceitos por nós, como parte de nós, costumam ser “projetados” à outras pessoas. Ou seja, quando não nos aceitamos como somos, podemos de forma inconsciente “colocar” ou “depositar” numa outra pessoa valores que são nossos e nos incomodam, numa tentativa de “encobrir” os próprios conteúdos mal resolvidos. De forma geral, isto poderá prejudicar nossos relacionamentos, ou seja, para uma relação interpessoal saudável é necessário que a relação intrapessoal esteja em equilíbrio. Relacionamentos produtivos requerem consciência de quem realmente somos, de nossos desejos, valores e sentimentos, a fim de que possam evoluir e propiciar crescimento, mesmo diante de possíveis desacordos e desavenças, o que também faz parte das relações.

Seres humanos que somos, temos nossos desejos, valores e sentimentos  e precisamos ser amados e aceitos, por isso lidar com possíveis críticas nas várias áreas de nossa atuação, não é tarefa muito fácil, porém já que as críticas existem e muitas vezes são necessárias, também faz-se necessário enfrentá-las. Porém, é importante lembrar, que se na infância, o indivíduo for negligenciado, hostilizado ou rejeitado, isto poderá afetar sua autoestima, podendo levá-lo a um estado emocional mais vulnerável.

“Errar e acertar” fazem parte do processo de aprendizagem e do crescimento pessoal do ser humano e é importante estarmos preparados ao recebermos os chamados “feedbacks” tanto para os elogios para nossos comportamentos tidos como “aprovados” pela sociedade  quanto para as críticas, quando nossos comportamentos são “reprovados”. O foco de todo processo de aprendizagem deve ser o crescimento, que pode ser cognitivo, emocional, espiritual, comportamental etc, e para alcançá-lo(s) é importante que o façamos com equilíbrio; e não importa se elogiados ou criticados, o  importante é que aprendamos algo, sempre. Ao recebermos estes “feedbacks” relacionados aos nossos erros ou nossos acertos é importante que tenhamos equilíbrio para não nos deixarmos levar pela soberba do acerto ou à desistência pelo erro. “Acertar” significa que fomos capazes de realizar algo que nos dá satisfação e alegria e “errar” significa que  não fomos tão eficazes e que precisamos melhorar um pouco mais até atingirmos nosso objetivo. Responsabilidade pelas nossas ações, ou seja,  o reconhecimento  de  erros ou acertos e após reflexão, compreender os porquês dos mesmos, trás ao indivíduo autoconhecimento e compreensão das tarefas realizadas, podendo cada vez mais aprimorá-las. Viver em grupo ou em equipe requer paciência e compreende-se que temos que ser tolerantes se quisermos viver em sociedade. E parece não haver outra forma para se viver.  Ou vivemos juntos ou nos tornamos ermitãos.

Porém, aceitar o outro requer antecipadamente a aceitação de si.  Aceitar a si mesmo não significa aceitar todas as coisas e o que lhe é  imposto, significa aceitar-se como é, mas compreender e elaborar o que fazer diante das situações que a vida nos apresenta, buscar conhecimento interno,  melhorias e compreensões para se obter cada vez mais essas melhorias internas;  ver-se como ser em constante construção, num processo contínuo de transformação; olhar para dentro de si,  compreender-se e compreender o que realmente  deseja. Mudanças só ocorrem com a aceitação do “eu” e por conseguinte do que se precisa mudar; por isso aceitar-se se constitui um dos passos mais importantes para promover mudança, crescimento pessoal, emocional, profissional, etc.  Aceitando-nos, nos avaliamos e só assim nos  transformamos e interagimos com o outro e com o meio onde nos inserimos de forma satisfatória e prazerosa. Mudar é ressignificar. Nossa autoestima se modifica conosco, pode melhorar e crescer se assim desejarmos, pois desde que nascemos, durante toda a vida, somos movidos pelos nossos desejos e pela busca de sua satisfação. Desejar ser feliz é buscar a felicidade e não esperar que ela venha até você.

Então, de forma “pacientemente impaciente” devo seguir em frente, mas preciso sempre estar atento e me perguntar:

  • Quem sou eu, como me compreendo frente a mim e aos outros?
  • Minha autoestima, como vai?
  • Como estão meus desejos?
  • Aceito a mim e aos outros?
  • O que posso melhorar?
  • Como melhorar?

 

Isabel Cristina Izzo - Psicóloga da Defensoria Pública TO - Regional de Gurupi

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