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Incentivando cidadania e respeito, estudantes representam prática de pessoas com deficiência

Publicado em 09/05/2019 08:55
Autor(a): Cinthia Abreu/ Ascom DPE-TO
Estudantes vivenciaram na prática situações de pessoas com deficiências - Foto: Cinthia Abreu/ Ascom DPE-TO

A rotina do Colégio Militar de Palmas esteve bastante modificada na tarde desta terça-feira, 7. Pelos corredores do Colégio, os estudantes do 1º ano circularam com uma representação da vivência de pessoas com deficiência, divididos em turmas com auxiliares e representantes de pessoas com deficiência visual e física. A prática é fruto de mais uma edição do projeto Defensores da Cidadania, realizado pelo Núcleo Especializado de Defesa dos Direitos Humanos (NDDH), da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO). Os alunos percorreram o espaço do Colégio com olhos  vendados ou cadeiras de rodas, guiados pelo restante do grupo.

De acordo com a analista do Núcleo, a servidora Liz Marina Régis, a palestra trouxe uma realização de dinâmica com o intuito de despertar no aluno o sentimento de empatia, bem como, o interesse em conhecer as garantias legais que asseguram o direto das pessoas com deficiência. “O direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida será assegurado em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, por meio de identificação e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras ao seu acesso. Entretanto, não é pleno o gozo da acessibilidade que garante à pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma independente e exercer seus direitos de cidadania e de participação social.”

Debate

Após a prática, cada aluno que vivenciou a atividade, seja como pessoa com deficiência ou auxiliador, pode compartilhar a experiência com os demais estudantes. As dificuldades experimentadas foram discutidas na sala de aula e todos puderam comentar o que haviam achado de serem guiados e de guiarem. Todos foram unânimes em expor o medo de caírem ou baterem em obstáculos quando estavam vendados. “Mesmo contando com o apoio dos colegas, eu fiquei com muito medo de cair, tinham muitos buracos no piso. Outra grande dificuldade foi o acesso à biblioteca, não tinha nada lá que eu pudesse usar”, disse a aluna Maria Eduarda Souza, que simulou uma pessoa com deficiência visual.

Quando eram auxiliares das “pessoas com deficiência”, os estudantes relataram que sentiram uma responsabilidade muito grande em conduzir. “Foi muito difícil conduzir a cadeiras de rodas da Hélida (estudante que simulou uma cadeirante) porque a escola não tem muito espaço com acessibilidade, em alguns momentos quase a derrubamos”, declarou Kaio Martins. Companheiro de sala de aula, Lacerda complementou que, no dia a dia, gasta para ir da sala de aula ao banheiro no máximo 15 minutos. Porém, com a prática da vivência com deficiência visual gastou mais de 40 minutos, mesmo com o auxílio dos colegas. “Me senti muito dependente do outro”, declarou.

Liz Marina acredita que a iniciativa é uma ação de cidadania, não só para mostrar na prática como é o dia a dia das pessoas com deficiência, mas também uma provocação de respeito ao próximo. Após o compartilhamento de experiências, foram apresentadas orientações sobre o termo pessoa com deficiência que, muitas vezes, é cercado por preconceitos com expressões erradas.

Disciplina

O projeto foi executado como parte da disciplina eletiva “Direitos Humanos? Nunca nem vi!”. Responsável pela turma, o professor de filosofia Euclides Guimarães considerou que a ação foi de extrema importância para estimular a comunidade escolar ao respeito e cidadania, além da atenção a quem tem algum tipo de deficiência. “Eles vivenciaram o dia a dia e as dificuldades das pessoas com deficiência, então, são atividades que promovem o respeito. A inclusão é uma realidade, mas diariamente precisamos exercitar e incentivá-los a pensar diferente”, complementou.

A palestra com dinâmica desta terça-feira, 07, integra uma série de atividades do Núcleo no Colégio Militar, como palestras, dinâmicas e até uma sessão simulada do Conselho de Direitos Humanos da ONU. A próxima atividade está prevista para o dia 14 de maio com palestra que abordará a temática “E por falar em direitos humanos, o que é a Defensoria Pública?”, com apresentação do trabalho da Defensoria Pública e sua função social na defesa dos direitos das mulheres. A programação se encerra, no dia 18 de junho, quando acontecerá uma sessão simulada do Conselho de Direitos Humanos da ONU, no auditório da DPE-TO em Palmas.

Defensores da Cidadania

Elaborado e executado pelo Núcleo Especializado de Direitos Humanos (NDDH) da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), o projeto Defensores da Cidadania oferece, por meio de palestras, o acesso ao conhecimento sobre variados tópicos ligados aos Direitos Humanos entre estudantes dos ensinos fundamental e médio, universitários, assistentes sociais, servidores públicos e comunidade em geral.

Qualquer unidade de ensino, espaço comunitário ou instituição pode solicitar uma ação do Defensores da Cidadania. Para isso, é necessário que os demandantes façam contato com o NDDH, solicitando o agendamento da ação, seja por meio do e-mail nddh@defensoria.to.def.br ou do telefone (63) 3218-6953.

O Núcleo está preparado para prestar apoio logístico e elaborar roteiros com a adequação da metodologia adequada a cada público-alvo nas ações demandadas.



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