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A coordenadora do Nudem – Núcleo Especializado de Defesa dos Direitos das Mulheres, defensora pública Vanda Sueli Machado de Souza Nunes, participou de uma série de atividades nesta terça-feira, 7, alusivas ao 8 de Março, Dia Internacional da Mulher.
Em programação organizada pelo Fórum de Articulação de Mulheres Feministas e pela Organização Feminista Casa 8 de Março, na sede do SINTRAS, a Vanda Sueli pontuou sobre a violência doméstica e atuação da Defensoria Pública na área. “Precisamos trabalhar na perspectiva da educação e levar a informação a outras mulheres sobre seus direitos. O Brasil tem números alarmantes de violência contra a mulher e, apesar de termos avançado com a Lei Maria da Penha, a implementação da Lei não é uma realidade. Infelizmente, o sistema de justiça é machista, e as mulheres que conseguem denunciar e buscar a ajuda esbarram na falta de aparelhamento das Delegacias e da Rede de Atendimento”, ponderou a Defensora Pública.
A promotora de justiça Thaís Cairo Souza Lopes, do COACID - Centro de Apoio Operacional de Cidadania, Direitos humanos e Núcleo Maria da Penha do MPE-TO, também trouxe reflexões sobre a violência doméstica e atuação do Ministério Público.
A Roda de Conversa contou também com as contribuições da assistente social do Savis - Serviço de Atenção Especializada às Pessoas em Situação de Violência Sexual, Janaína Gomes, que falou sobre o atendimento oferecido pelo Savis, violência sexual, aborto e a cadeia de custódia; da advogada Karoline Chaves, integrante da Articulação Brasileira de Lésbicas e do Coletivo Lesbitoca e Comissão da Diversidade Sexual da OAB-TO, que trouxe o debate a respeito da lesbofobia e transfobia e também sobre a questão das mulheres negras; e da presidente da Casa 8 de Março, Bernadete Aparecida Ferreira, que pontuou sobre a descriminalização do aborto e decisões recentes do Supremo Tribunal Federal sobre o assunto.
Outro tema debatido foi a Reforma da Previdência e o impacto na vida das mulheres, com a participação da professora da Unitins Christiane de Holanda e da advogada Emilleny Lázaro, da Comissão da Mulher Advogada da OAB-TO.
De acordo com Christiane de Holanda, a proposta da PEC 287 prejudica mais as mulheres, que apesar de viver mais, enfrentam a dupla e até tripla jornada de trabalho. “Além disso, não foi apresentado nenhum um estudo que subsidie a proposta, pelo contrário, nesse momento ela não alcança as transformações que promete, visto que omite o superávit previdenciário e foi construída sem diálogo com a sociedade, com especialistas, com os trabalhadores, com as mulheres, que são as mais prejudicadas, principalmente as mulheres negras e trabalhadoras rurais. Equiparar em idade sem considerar a realidade brasileira, que é diametralmente diversa dos países europeus apresentados pelo governo como parâmetro, é um processo de silenciamento da população a quem eles devem representar e de supressão de direitos sociais arduamente conquistados ao longo da história”, explicou.
Durante a roda de conversa, participantes de vários seguimentos sociais também fizeram contribuições e questionamentos às convidadas. A atividade tem o apoio da DPE-TO, Cedim, Comissão da Mulher Advogada da OAB, residentes da FESP - Fundação e Escola de Saúde Pública, do Sindjor-TO – Sindicato de Jornalistas Profissionais do Estado do Tocantins SAVIS, SINTRAS, COACID - Centro de Apoio Operacional de Cidadania, Direitos humanos e Núcleo Maria da Penha do MPE-TO.
O evento contou com apresentação do Coral Canto Nobre da Defensoria Pública, que interpretou clássicos como a música “Maria da Vila Matilde – Disque 180”, de Elza Soares e um pout-pourri com “Mulher”, de Neguinho da Beija-Flor, “Mulher de Hoje em Dia”, de Alexandre Pires, e “Mulher Brasileira”, de Benito de Paula; e também com uma intervenção artística com Maria Palhinha, interpretando um poema sobre mulheres.
8 de Março
A partir das 16h30, acontece a Parada das Mulheres Tocantinenses, com concentração na Praça dos Girassóis, próximo à Assembleia Legislativa.
Respeito à Mulher e Cultura de Paz
Na noite de terça-feira, 7, Vanda Sueli Machado participou da mesa redonda com o tema "Respeito à Mulher e Cultura de Paz", realizado pela Faculdade Católica do Tocantins, acompanhada da diretora de políticas públicas para mulheres, Ana Mariana Guedes, e da coordenadora do Movimento pela Vida e membro do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial, Tânia Ribeiro Cavalcante.
A programação contou com a participação de estudantes, representantes de movimentos sociais e de órgãos e foi aberta com apresentações musicais e exibição de vídeos temáticos. O vídeo da Defensoria Pública “#DiferentesSimDesiguaisNão também foi veiculado.
Posteriormente, os participantes da mesa fizeram exposições sobre temas como violência, discriminação e desigualdade. Ao final, houve um momento de perguntas e respostas com participação do público.
Texto: Rose Dayanne Santana e Cinthia Abreu
