edit Editar esse Conteúdo

Seminário promove discussão sobre vulnerabilidades e desafios da mulher no pós-parto

Publicado em 07/02/2025 16:14
Autor(a): Marcos Miranda/Comunicação DPE-TO
O evento foi realizado no auditório Sueli Moleiro, na sede da Instituição em Palmas - Foto: Marcos Miranda/Comunicação DPE-TO

Os aspectos físicos e hormonais do puerpério e a vulnerabilidade extrema da mulher no puerpério foram alguns dos pontos de debate nesta sexta-feira, 7, durante o seminário “Puerpério em Foco: um olhar integral para a mulher”. A atividade, realizada no auditório da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), em Palmas, foi uma iniciativa do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (Nudem) da Instituição.

A coordenadora do Nudem, defensora pública Pollyana Lopes Assunção, na abertura do evento, destacou a importância dessas falas e do esclarecimento. “Somos multiplicadoras de informações e por meio desse evento podemos gerar perspectivas melhores para as mulheres em nossa sociedade”, disse.

Palestras

Enfermeira obstetra, Christine Ranier, a primeira palestrante do evento, destacou a vulnerabilidade da mulher no puerpério. Segundo a Pesquisadora, o puerpério não pode ser analisado isoladamente, pois é parte de um processo que envolve gestação, parto e pós-parto.  

“A mulher tem sido vista como um subproduto dentro desse ciclo. Ninguém olha para as vulnerabilidades que ela enfrenta. Quando analisamos a mortalidade materna no Brasil, que é vergonhosa, e as altas taxas de cesarianas, que também são alarmantes, percebemos uma combinação que coloca as mulheres em risco”, afirmou.  

A profissional também chamou atenção para a falta de mais políticas públicas eficazes voltadas à saúde da mulher e ressaltou que a invisibilização do puerpério é uma forma de violência de gênero. “Precisamos de um modelo de atenção obstétrica diferente, que inclua outros profissionais além dos médicos e que tenham um olhar mais humanizado para a mulher”, ressaltou.  

Aspecto jurídico

Já a advogada Isabela Menezes, na segunda palestra do seminário, abordou o aspecto jurídico do puerpério, com destaque para a relação entre o estado puerperal e o crime de infanticídio. Segundo a Especialista, muitas mulheres que enfrentam esse cenário acabam sendo condenadas não por infanticídio, mas por homicídio qualificado, o que implica penas mais severas.  

“A legislação prevê o infanticídio como um crime cometido sob influência do estado puerperal, mas, na prática, as mulheres são condenadas por homicídio e, em muitos casos, sequer se cogita que sejam consideradas inimputáveis”.  

Ao final do seminário, foi aberto espaço para os participantes tirarem dúvidas com as palestrantes.


Edição: Gisele França/Comunicação DPE-TO

keyboard_arrow_up