As marcas e as consequências da escravidão no Brasil estiveram em pauta na noite dessa segunda-feira, 23, durante encontro virtual realizado pela Defensora Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO). O Seminário “Racismo Estrutural, Crimes Virtuais e o Mercado de Trabalho e População Negra”, que contou com a participação de cerca de 200 pessoas, buscou conscientizar as sociedades civil e acadêmica quanto aos instrumentos legais e sociais que visam coibir as práticas de crimes e preconceitos por meio do respeito ao ser humano.
O evento foi realizado pelo Núcleo Aplicado das Minorias e Ações Coletivas (Nuamac) da DPE-TO em Dianópolis e pela Escola Superior da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (Esdep) em parceria com a Universidade Estadual do Tocantins (Unitins).
O coordenador do Nuamac de Dianópolis, defensor público José Raphael Silvério, falou da satisfação em participar de mais um momento de aprendizado, intercâmbio e informações. “O racismo é um veneno mental, cujos malefícios são experimentados por todos, gerando desigualdades sociais, econômicas, educacional e moral. Nenhuma sociedade pode se afirmar evoluída ou democrática se estruturada com base na desigualdade racial. Esse veneno impregna o tecido social de forma sorrateira, cujo resultado é uma sociedade estruturada para produzir desigualdade de toda espécie”, afirmou o Defensor Público.
A diretora em substituição da Esdep, defensora pública Luciana Costa, ressaltou que o racismo ainda está enraizado na sociedade como um todo. “Inclusive com palavras e expressões presentes no nosso vocabulário que se normalizaram, mas que não deveriam mais estar presentes. Por isso, é importante abrirmos a nossa mente e discutir ideias junto com a sociedade civil para romper com toda forma de racismo, de preconceito”, complementou.
A coordenadora do curso de Direito da Unitins, professora Beatriz Cilene Mafra reforçou que a problemática do racismo é inaceitável. “Questionar raça nessa altura do campeonato, criticar ou menosprezar pessoas por cor é muito errado. Parabéns para a Defensoria Pública por oportunizar essa discussão e sempre se disponibilizar para debater assuntos tão importantes para a nossa comunidade”, declarou a professora.
Temáticas
Com um amplo debate, a programação trouxe para discussões várias outras temáticas como “Diferença entre racismo e injúria racial: incidência nas redes sociais”, “Racismo estrutural” e “Mercado de trabalho e população negra: uma análise quanto aos índices de desemprego e faixa salarial”.
Ministraram palestras o coordenador do Grupo de Trabalho pela Igualdade Racial da Defensoria Pública de Goiás, defensor público Salomão Rodrigues da Silva Neto; a professora mestra em Prestação Jurisdicional e Direitos Humanos da Unitins Zilmária Aires dos Santos; a coordenadora do curso de Direito do campus Dianópolis da Unitins, professora Beatriz Cilene Mafra Neves; e o professor da Unitins e agente de Polícia Civil do Estado do Tocantins, Ailton Ferreira Bispo.