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Por trás dos conflitos e dos delitos

Publicado em 20/11/2017 15:39
Autor(a): Isabel Cristina Izzo (CRP 23/000966) Analista em Gestão Especializada / Psicologia DPE Gurupi
Por trás dos conflitos e dos delitos - Foto: Autor não informado

Baixa tolerância às frustrações, tendência a culpar e nunca se responsabilizar, racionalizações ou explicações convincentes para explicar um comportamento inadequado, desrespeito, violação, desprezo por regras e normas sociais, comportamento invasivo aos direitos alheios, podem ser observados em pessoas que muitas vezes se envolvem em situações de conflitos em seu dia a dia.

Esses indivíduos, que muitas vezes são vistos como pessoas com baixo nível de compreensão para lidar com seus problemas ou indivíduos que apresentam dificuldades para se relacionarem, podem apresentar um dos transtornos de personalidade denominado transtorno de personalidade antissocial.

Segundo Widiger e Corbit, 1995, indivíduos que apresentam transtorno da personalidade antissocial tendem a serem irresponsáveis, impulsivos e com um longo histórico de violação dos direitos das demais pessoas. Robert Hare descreve indivíduos com este transtorno, como “predadores sociais que encantam, manipulam e progridem na vida de modo implacável, deixando para trás um grande número de corações partidos, expectativas frustradas e carteiras vazias”.

Muitas vezes são incapazes de estabelecer a diferença entre a verdade e as mentiras que inventam para atingir suas metas. O abuso de substâncias é comum, ocorre em 83% dos portadores, segundo Smith e Newman, 1990.

Crianças que não conseguem respeitar os limites e as regras nos primeiros anos de suas vidas ainda no contexto familiar, podem caminhar para as fases seguintes, incapazes de reconhecerem e aceitarem normas sociais nos mais diversos contextos em que serão inseridas, como os escolares e os organizacionais.

Muitas crianças e adolescentes delinquentes, receberiam atualmente o diagnóstico de transtorno de conduta, um precursor do transtorno de personalidade antissocial. Por isso, a necessidade de estabelecer desde os primeiros anos de vida, as regras e os limites aliados à afetividade, com o fito preventivo a alguns transtornos.

Contudo, segundo Kazdin e Mazurick, 1994, em geral, o prognóstico é insatisfatório até mesmo na infância. Para Patterson, 1992, os clínicos incentivam a identificação de crianças de alto risco para que o tratamento possa ser tentado antes que se tornem adultas.

O modo característico de pensar e de se comportar de um indivíduo com transtorno da personalidade antissocial pode causar sofrimento significativo a si e aos outros. Os conflitos protagonizados por eles podem ser “infinitos”, necessitando serem observados e identificados por profissionais especializados, o mais cedo possível.

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